Cianotoxinas e outras intrigantes ocorrências em ... - Serrano Neves
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Em estudos incluindo o gás carbônico-CO 2 , a relação se apresenta como 370:20:1 -C:N:P<br />
para a maioria dos grupos de algas, com exceção para as “algas azuis” que é de 160:20:1 -<br />
C.N.P, indicando que estas últimas são menos exigentes à presença desse gás.<br />
Pode-se então afirmar que o gás carbônico-CO 2 torna-se um importante fator limitante para<br />
a ocorrência e domínio de “algas azuis”, ou seja, quando da redução do acesso de carbono<br />
na água, tornando-a mais alcalina, limita-se e diminui-se a diversidade de grupos de algas,<br />
favorecendo a presença das algas azuis; se elevarmos a sua concentração, resultando uma<br />
água menos alcalina, pode-se até certo ponto considerar como benéfica, por favorecer a<br />
presença de outros grupos de algas menos nocivas, auxiliando a competitividade entre as<br />
mesmas, não permitindo o domínio das “algas azuis” .<br />
Então, aparent<strong>em</strong>ente, tanques convencionais da aqüicultura nacional, por ter<strong>em</strong> pequenas<br />
profundidades (0,70cm – 1,50 cm), favoreceriam o acesso de CO 2 às <strong>outras</strong> algas, pela<br />
proximidade entre o sedimento, lodo orgânico e a zona fotossintética, apontando assim `a<br />
uma maior diversidade dos grupos desses organismos e não predomínio de “algas azuis”.<br />
Por outro lado, alertamos do risco quando do processo de desestratificação térmica,<br />
(convecção p. ex.), com o movimento das águas do fundo para a superfície, e o imediato,<br />
fenômeno de ocorrência freqüente <strong>em</strong> regiões onde a diferença das t<strong>em</strong>peraturas ambiente<br />
se apresentam com valores marcantes, principalmente entre o dia e a noite. Outros<br />
el<strong>em</strong>entos e/ou substâncias potencialmente nocivas (tóxicas) passam a disponibilizar-se na<br />
água, ocasionando mortandades, desta vez não pela presença das cianotoxinas. Esse<br />
movimento das massas d’ água, também pod<strong>em</strong> disponibilizar formas de nutrientes, como<br />
o N e P, contribuindo por sua vez, para o a ocorrência de mais <strong>outras</strong> florações com grupos<br />
diversos.<br />
# Atitudes e ações a ser<strong>em</strong> tomadas<br />
♦ Em situações com odores e sabores nos organismos e nas águas dos tanques de criação,<br />
lagos, represas, etc., orienta-se à aplicação imediata da correta renovação d’água do<br />
sist<strong>em</strong>a de criação e expurgo da água do fundo, s<strong>em</strong> antes procurar identificar quais<br />
grupos, gêneros ou espécies de algas presentes e caracterizar a qualidade das águas,<br />
seguido da aplicação de seguro algicida (ver itens e quadro abaixo).<br />
♦ Nos sist<strong>em</strong>as de abate visando a comercialização do produto: preventivamente deve-se<br />
manter instalado processo (tanques) de depuração com alta concentração de oxigênio<br />
ou ozonização e grande renovação de água, antecedido da passag<strong>em</strong> das águas de<br />
abastecimento, por canais contendo “carvão ativado”, disperso desde 5mg/l até 300-<br />
500mg/l, dependendo do tipo e do grau dos odores e sabores a ser<strong>em</strong> r<strong>em</strong>ovidos. Tal<br />
procedimento além de prevenir a presença de sabores marcantes, aumenta a qualidade<br />
do produto a ser comercializado.<br />
♦ Em lagos de pesqueiro, aconselha-se manter previamente os ex<strong>em</strong>plares suspeitos e<br />
recém chegados <strong>em</strong> tanques ou lagos de depuração, com água de boa qualidade, grande<br />
renovação e alta oxigenação.<br />
* Quando da ocorrência de florações e/ou da mortandade com suspeita de <strong>Cianotoxinas</strong>;<br />
descartar os organismos (peixes, etc.) mortos e suspender a pesca, a despesca e o abate dos<br />
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