DÂS RELAÇÕES FAMILIÄRES DOS ESCRAVOS NO ... - DSpace
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anos, que compreendia 62,6% do total da população escrava<br />
(tabelas 6 e 7).<br />
Nesse mesmo ano, o Pe. João Evangelista Braga enviou ao<br />
senhor Antônio Barbosa de Almeida, suplente do juiz de órfãos,<br />
um quadro comparativo e estatístico de batizados, óbitos e<br />
casamentos da população escrava da cidade da Lapa. Segundo o<br />
quadro, no período de 28 de setembro de 1871 a 30 de abril de<br />
1882, na Paróquia da Lapa, foram batizadas 414 crianças, das<br />
quais 23 eram filhos legítimos, 391 ilegítimos, 73 escravos<br />
faleceram e realizaram-se 18 casamentos em aproximadamente 10<br />
anos, (tabela 9).<br />
Além dos números, Pe. João Evangelista, aponta as causas<br />
da pouca procura pelo casamento:<br />
"Confrontando-se os assentos de casamentos dos annos anteriores a 1871 com os<br />
subsequentes, facilmente se percebe quanto ha diminuido o número de casamentos de<br />
pessoas escravas; do que seus respectivos senhores, ou por até hoje infeslizmente,<br />
muito discuidada a educação intelectual, moral e religiosa do pobre escravo, homem<br />
machina a serviço do seu senhor". 22<br />
Aos argumentos da Igreja pode ser somado o fato de os<br />
escravos não encontrarem sentido em professar a fé católica e,<br />
obviamente, receberem um dos seus sacramentos. Mas,<br />
independente das causas, no Paraná o número de casamento formal<br />
de escravos é reduzido, o que impõe um<br />
limite para o estudo da<br />
família escrava. Daí a necessidade de buscar em outras fontes<br />
as diversas formas de constituição dessa família, já que uniões<br />
ocorriam, filhos nasciam, embora o escravo fosse considerado<br />
"homem machina a serviço de seu senhor".