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Sobre o teorema de classificação das cônicas pela ... - UNIFAFIBE

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Revista Fafibe On Line — n.3 — ago. 2007 — ISSN 1808-6993<br />

www.fafibe.br/revistaonline — Faculda<strong>de</strong>s Integra<strong>das</strong> Fafibe — Bebedouro – SP<br />

<strong>Sobre</strong> o <strong>teorema</strong> <strong>de</strong> <strong>classificação</strong> <strong>das</strong> <strong>cônicas</strong> <strong>pela</strong> análise<br />

dos invariantes<br />

(About the conics classification theorem for the analysis of the<br />

invariants)<br />

Marco Donisete <strong>de</strong> Campos 1 ; Gutemberg Duques dos Santos 2<br />

1 Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Mato Grosso – Sinop – MT<br />

mcampos@ufmt.br<br />

2 Instituto Universitário do Araguaia – UniAraguaia– Pontal do Araguaia – MT<br />

gutduques@hotmail.com<br />

Abstract. In this work, the conics classification theorem for the analysis of the<br />

invariants, proposed by OLIVA (1973), is <strong>de</strong>monstrated in <strong>de</strong>tails intermediated by<br />

illustrative examples of each case.<br />

Keywords. conics; classification; invariants.<br />

Resumo. Neste trabalho, o <strong>teorema</strong> <strong>de</strong> <strong>classificação</strong> <strong>das</strong> <strong>cônicas</strong> <strong>pela</strong> da análise dos<br />

coeficientes, proposto por OLIVA (1973), é <strong>de</strong>monstrado em <strong>de</strong>talhes, intermediado<br />

por exemplos ilustrativos.<br />

Palavras-chave. <strong>cônicas</strong>; <strong>classificação</strong>, invariantes.<br />

1. Estudo Geral <strong>das</strong> Cônicas<br />

1.1 Introdução<br />

A resposta à maioria dos problemas matemáticos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da solução <strong>de</strong> equações do<br />

tipo f(X) = 0. Dentro dos problemas <strong>de</strong> <strong>classificação</strong> local <strong>de</strong> funções diferenciáveis, uma<br />

classe interessante e importante é a <strong>das</strong> <strong>cônicas</strong>, cujo conjunto <strong>de</strong> zeros <strong>de</strong>termina a classe <strong>de</strong><br />

equivalência por rotação e translação. Um fato não comum!<br />

ρ ρ<br />

Seja ( O,<br />

i , j ) um sistema <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>na<strong>das</strong> cartesianas ortogonais no R 2 . A equação<br />

algébrica do segundo grau<br />

2<br />

2<br />

f ( x1 , x2<br />

) = a11x1<br />

+ 2a12<br />

x1x2<br />

+ a22<br />

x2<br />

+ 2a13x1<br />

+ 2a23x2<br />

+ a33<br />

= 0<br />

(1)<br />

com a ij ∈ R, <strong>de</strong>termina o conjunto <strong>de</strong> pontos do plano chamado cônica, ao qual associamos a<br />

⎛ a11<br />

a12<br />

a13<br />

⎞<br />

⎜<br />

⎟<br />

matriz simétrica M 3 = ⎜a12<br />

a22<br />

a23<br />

⎟.<br />

Agora, ao tomarmos um novo sistema <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>na<strong>das</strong><br />

⎜<br />

⎟<br />

⎝a13<br />

a23<br />

a33<br />

⎠<br />

ρ<br />

, ρ<br />

cartesianas ortogonais ( O , e , f ), <strong>de</strong> mesma orientação que o primeiro e aplicarmos à<br />

equação (1) o movimento <strong>de</strong> rotação e translação simultaneamente, isto é,<br />

⎧ x1<br />

= a1<br />

+ cosθ<br />

y1<br />

− senθ<br />

y2<br />

⎨<br />

, sendo − π < θ ≤ π , (x 1 ,x 2 ), (y 1 ,y 2 ) as coor<strong>de</strong>na<strong>das</strong> <strong>de</strong> um ponto<br />

⎩x2<br />

= a2<br />

+ senθ<br />

y1<br />

+ cosθ<br />

y2<br />

ρ ρ<br />

ρ<br />

, ρ<br />

genérico X nos sistemas ( O,<br />

i , j ) O , e , f , respectivamente, (a 1 ,a 2 ) as coor<strong>de</strong>na<strong>das</strong> da<br />

e ( )<br />

1


Revista Fafibe On Line — n.3 — ago. 2007 — ISSN 1808-6993<br />

www.fafibe.br/revistaonline — Faculda<strong>de</strong>s Integra<strong>das</strong> Fafibe — Bebedouro – SP<br />

ρ<br />

ρ<br />

nova origem em relação ao sistema ( O,<br />

i , j ) , a cônica será representada por uma nova<br />

equação do segundo grau:<br />

' 2 '<br />

' 2 '<br />

' '<br />

f ( y , y ) = a y + 2a<br />

y y + a y + 2a<br />

y + 2a<br />

y + a 0<br />

(2).<br />

1 2 11 1 12 1 2 22 2 13 1 23 2 33 =<br />

À equação (2) associamos uma nova matriz<br />

M<br />

'<br />

3<br />

⎛<br />

⎜<br />

a<br />

= ⎜a<br />

⎜<br />

a<br />

⎝<br />

'<br />

11<br />

'<br />

12<br />

'<br />

13<br />

a<br />

a<br />

a<br />

'<br />

12<br />

'<br />

22<br />

'<br />

23<br />

a<br />

a<br />

a<br />

'<br />

13<br />

'<br />

23<br />

'<br />

33<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎟ , que, em geral, é<br />

⎟<br />

⎠<br />

diferente <strong>de</strong> M<br />

3<br />

.<br />

2<br />

Os elementos A1 = a11<br />

+ a12, A2<br />

= a11.<br />

a22<br />

− a12<br />

e A 3 = <strong>de</strong>t M 3 chamados invariantes<br />

ortogonais da cônica, são assim <strong>de</strong>nominados por serem invariantes por rotação e translação,<br />

2<br />

2<br />

isto é, A1 = a11<br />

+ a12<br />

= a'<br />

11+<br />

a'<br />

12 , A2<br />

= a11.<br />

a22<br />

− a12<br />

= a'<br />

11 . a'<br />

22 −a'<br />

12 e A 3 = <strong>de</strong>t M 3 = <strong>de</strong>t M ' 3.<br />

1.2 Centros <strong>de</strong> uma Cônica<br />

Um ponto C = ( c1<br />

, c2<br />

) do plano é chamado centro da cônica k se, após a translação <strong>de</strong><br />

ρ ρ<br />

eixos o sistema ( C,<br />

i , j ) , a nova equação não contiver os termos lineares. Temos que se<br />

( c , c ) são as coor<strong>de</strong>na<strong>das</strong> do ponto procurado, as equações <strong>de</strong> translação no plano, da<strong>das</strong><br />

1<br />

2<br />

⎧ x1<br />

= y1<br />

+ c1<br />

por ⎨ , quando substituí<strong>das</strong> em (1), fornecem<br />

⎩x2<br />

= y2<br />

+ c2<br />

2<br />

2<br />

a y + a y y + a y + a c + a c + a 2y<br />

+ a c + a c + a 2y<br />

+ f c , c (3).<br />

( ) ( ) ( ) 0<br />

11 1 2 12 1 2 22 2 11 1 12 2 13 1 12 1 22 2 23 2 1 2 =<br />

⎧a<br />

c<br />

Assim, existirá o centro C se, e somente se, o sistema ⎨<br />

⎩a12c<br />

11 1<br />

1<br />

+ a<br />

+ a<br />

12<br />

22<br />

c<br />

c<br />

2<br />

2<br />

+ a<br />

+ a<br />

13<br />

23<br />

= 0<br />

, tiver solução.<br />

= 0<br />

a11<br />

a12<br />

Se A 2 = ≠ 0 existe um único centro C = ( )<br />

a a<br />

c 1 , c 2 . Agora, se A 2 = 0 e as matrizes<br />

12<br />

22<br />

M ⎛ a11<br />

a12<br />

⎞<br />

2 =<br />

⎜<br />

⎟<br />

⎝a12<br />

a<br />

e ⎛ a11<br />

a12<br />

a13<br />

22 ⎠<br />

⎟ ⎞<br />

M 2 =<br />

⎜<br />

têm características, respectivamente, 1 e 2, então a<br />

⎝a12<br />

a22<br />

a23<br />

⎠<br />

cônica k não possui centro. Este fato nos motiva ao seguinte resultado:<br />

Proposição: A cônica k não possui centro se, e somente se, A 2 = 0 e A 0 .<br />

Prova: Se não existe centro A 2 = 0 e a matriz ⎛ a11<br />

a12<br />

a13<br />

⎟ ⎞<br />

M 2 =<br />

⎜<br />

tem característica 2.<br />

⎝a12<br />

a22<br />

a23<br />

⎠<br />

Resta mostrar que A 3 ≠ 0 . Se, pelo contrário, consi<strong>de</strong>rarmos A <strong>de</strong>t 3<br />

= M<br />

3<br />

= 0 , a terceira coluna<br />

<strong>de</strong> M<br />

3<br />

será combinação linear <strong>das</strong> duas primeiras, i. é.,<br />

⎛ a<br />

⎜<br />

⎜a<br />

⎜<br />

⎝a<br />

13<br />

23<br />

33<br />

3 ≠<br />

⎞ ⎛ a11<br />

⎞ ⎛ a12<br />

⎞<br />

⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟<br />

⎟ = α ⎜a12<br />

⎟ + β⎜a22<br />

⎟ e, em<br />

⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟<br />

⎠ ⎝a13<br />

⎠ ⎝ a23<br />

⎠<br />

⎛ a13<br />

⎞ ⎛ a11<br />

⎞ ⎛ 12 ⎞<br />

particular, + a<br />

⎜<br />

⎟ = α ⎜ ⎟ β<br />

⎜<br />

⎟.<br />

Como<br />

⎝a23<br />

⎠ ⎝a12<br />

⎠ ⎝a<br />

A = 2<br />

0 , então ⎛ a11<br />

a12<br />

a13<br />

22 ⎠<br />

⎟ ⎞<br />

M 2 =<br />

⎜<br />

tem<br />

⎝a12<br />

a22<br />

a23<br />

⎠<br />

característica 1, o que é absurdo. Reciprocamente, se A<br />

2<br />

= 0 e A 0 , a matriz<br />

M ⎛ a11<br />

a12<br />

a13<br />

⎞<br />

2 =<br />

⎜<br />

⎟<br />

⎝a12<br />

a22<br />

a<br />

tem característica 2 e ⎛ a11<br />

a12<br />

23 ⎠<br />

⎟ ⎞<br />

⎜ tem característica 1.<br />

⎝a12<br />

a22<br />

⎠<br />

Portanto, a cônica k não possui centro se, e somente se, A 2 = 0 e A 0 .<br />

Teorema (Classificação <strong>das</strong> <strong>cônicas</strong> <strong>pela</strong> análise dos invariantes): Seja k uma<br />

cônica em relação ao sistema <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>na<strong>das</strong> cartesianas ortogonais. Então, existe um novo<br />

3 ≠<br />

3<br />

≠<br />

2


Revista Fafibe On Line — n.3 — ago. 2007 — ISSN 1808-6993<br />

www.fafibe.br/revistaonline — Faculda<strong>de</strong>s Integra<strong>das</strong> Fafibe — Bebedouro – SP<br />

sistema <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>na<strong>das</strong> cartesianas segundo o qual a cônica k ou tem equação da forma<br />

− A<br />

2<br />

3<br />

( a + a ) x + 2 y 0 , caso este em que 0<br />

11 22<br />

=<br />

a11<br />

+ a22<br />

A e A 0 (parábola sem centro), ou tem<br />

2 =<br />

2 2<br />

equação λ 1 z1<br />

+ λ2<br />

z2<br />

+ f ( c1, c2<br />

) = 0 , caso este em que a cônica tem centro λ<br />

1<br />

e λ<br />

2 não nulos<br />

simultaneamente e λ<br />

1<br />

e λ<br />

2 são as raízes da equação <strong>de</strong> segundo grau<br />

⎛a11<br />

− λ a12<br />

⎞<br />

<strong>de</strong>t A =<br />

⎜<br />

⎟ = 0 .<br />

⎝ a12<br />

a22<br />

− λ ⎠<br />

A origem do novo sistema é um dos centros (que, no caso A 2 ≠ 0<br />

3 ≠<br />

, é único) cujas<br />

coor<strong>de</strong>na<strong>das</strong> em relação ao sistema original são ( c ,c 1 2)<br />

.<br />

Prova:<br />

Se a cônica k possui centro, aplicando o movimento <strong>de</strong> translação à equação (1)<br />

obtemos:<br />

2<br />

2<br />

a 11 y1<br />

+ 2a12<br />

y1<br />

y2<br />

+ a22<br />

y2<br />

+ f ( c1,<br />

c2<br />

) = 0<br />

(4)<br />

A fim <strong>de</strong> simplificarmos ainda mais a equação (4), aplicamos um movimento <strong>de</strong><br />

rotação dos eixos, isto é,<br />

⎧ y1<br />

= cosθ<br />

z1<br />

− senθ<br />

z 2<br />

⎨<br />

, −π<br />

< θ ≤ π<br />

(5)<br />

⎩y2<br />

= senθ<br />

z1<br />

− cosθ<br />

z 2<br />

Substituindo (5) em (4) temos, como coeficiente do termo misto, a seguinte expressão<br />

2<br />

2<br />

− a senθ<br />

cos θ + 2a<br />

(cos θ − sen θ ) + 2a<br />

cos θsenθ<br />

= ( a − a ) sen 2θ<br />

+ 2a<br />

cos 2 , com<br />

2 11 12<br />

22<br />

22 11<br />

12 θ<br />

a 12 ≠ 0.<br />

π π<br />

π<br />

Assim, se a 11 = a22<br />

, basta que cos 2θ = 0 e, <strong>de</strong>ssa forma, 2θ = ou θ = . Logo, θ = .<br />

2 4<br />

4<br />

Por outro lado, se a11 ≠ a22<br />

, procuremos θ , − π < θ ≤ π , tal que<br />

sen2θ<br />

a12<br />

a12<br />

( a22 − a11)<br />

sen2θ<br />

+ 2a12<br />

cos 2θ<br />

= 0. Então, = − e, assim, tg2θ<br />

= − .<br />

cos2θ<br />

a22<br />

− a11<br />

a22<br />

− a11<br />

Assim, qualquer que seja θ que satisfaça as condições acima, serve aos novos<br />

propósitos.<br />

2 2<br />

Eliminando o termo misto, temos uma equação do tipo Az 1 + Bz 2 + f ( c1, c2<br />

) = 0 . Daí,<br />

⎛ A 0 0 ⎞<br />

⎜<br />

'<br />

M = ⎜ 0 B 0 , sendo A<br />

⎜<br />

⎝ 0 0 f ( c ) ⎟⎟⎟ 1 = A + B e A 2 = A.<br />

B . Notemos que A e B são raízes da seguinte<br />

1,<br />

c2<br />

⎠<br />

2<br />

equação do segundo grau λ − ( A + B) λ + ( A.<br />

B) = 0 , ou, equivalente, raízes da<br />

⎛a11<br />

− λ a12<br />

⎞<br />

equação <strong>de</strong>t A =<br />

⎜<br />

⎟ = 0<br />

⎝ a12<br />

a22<br />

− λ ⎠<br />

2 2<br />

Finalmente, a equação da cônica se reduz a λ 1 z1<br />

+ λ2<br />

z2<br />

+ f ( c1, c2<br />

) = 0 .<br />

No caso em que A<br />

2<br />

= 0 e A<br />

3<br />

≠ 0 temos, <strong>pela</strong> proposição, que a cônica k não possui<br />

centro. A fim <strong>de</strong> eliminarmos o termo misto da equação da cônica k, aplicamos um<br />

movimento <strong>de</strong> rotação <strong>de</strong>finido na Eq. (5) e obtemos uma equação do tipo<br />

⎛b11<br />

0 b13<br />

⎞<br />

⎜<br />

⎟<br />

2 2<br />

'<br />

b 11 y1<br />

+ b22<br />

y2<br />

+ 2b13<br />

y1<br />

+ 2b23<br />

y2<br />

+ a33<br />

= 0 à qual associamos a matriz M 3 = ⎜ 0 b22<br />

b23<br />

⎟ , sendo<br />

⎜<br />

⎟<br />

⎝b13<br />

b23<br />

b33<br />

⎠<br />

'<br />

A 1 = b11<br />

+ b22<br />

, A 2 = b11<br />

. b22<br />

e A 3 = <strong>de</strong>t M 3 .<br />

Como, por hipótese, A 2 = 0 então b 11 b22<br />

= 0 e, daí, b 11 = 0 e b 22 ≠ 0 ou b 22 = 0 e b 11 ≠ 0.<br />

2<br />

i) Se b 11 = 0 e b 22 ≠ 0 então A = −b<br />

( b ) 0 e b 0 . Obtemos<br />

3 22 13 ≠<br />

13 ≠<br />

3


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www.fafibe.br/revistaonline — Faculda<strong>de</strong>s Integra<strong>das</strong> Fafibe — Bebedouro – SP<br />

⎛<br />

2<br />

2<br />

2b y b ⎞ ⎛<br />

2<br />

1 b ⎞<br />

b 22 y 2 + 2b13y1<br />

+ 2b 23y<br />

2 + a 33 = 0 ⇒ b<br />

⎜ 2 23 2 ⎛ 23 ⎞<br />

⎛ ⎞<br />

23<br />

22 y 2 + +<br />

⎟<br />

+ 2b ⎜<br />

13 y1<br />

+ ⎜a<br />

⎟<br />

33 − ⎟ = 0<br />

⎜ b<br />

⎜<br />

22 b<br />

⎟<br />

.<br />

⎟ ⎜<br />

22<br />

2b<br />

13 b<br />

⎟<br />

⎝ ⎝ 22<br />

⎝<br />

⎝ ⎠ ⎠<br />

⎠⎠<br />

⎛<br />

2<br />

1<br />

⎞<br />

Efetuando a seguinte translação <strong>de</strong> eixos,<br />

⎜<br />

b 23<br />

z = + − ⎟<br />

1 y1<br />

a<br />

33 e<br />

2b<br />

13 ⎝<br />

b 22 ⎠<br />

b23<br />

2<br />

z 2 = y2<br />

+ chegamos à equação b<br />

22<br />

z2<br />

+ 2b13z1<br />

= 0 , que representa uma parábola.<br />

b<br />

22<br />

ii) Se b 22 = 0 e b 11 ≠ 0 então A b b 2<br />

3 = − 11 23 ≠ 0 ⇒ b 23 ≠ 0 . Obtemos a equação<br />

⎛<br />

2<br />

2<br />

2<br />

⎞ ⎛<br />

2<br />

1<br />

⎞<br />

23<br />

b11 y1<br />

+ 2b13<br />

y1<br />

+ 2b23<br />

y2<br />

+ a33<br />

= 0 ⇒ ⎜ 2 b13<br />

y1<br />

⎛ b23<br />

⎞ ⎟<br />

⎛ ⎞<br />

11 1<br />

2 ⎜ ⎜<br />

b<br />

b y + + +<br />

⎟⎟<br />

23 1 + 33 − = 0<br />

⎜<br />

⎜<br />

⎟ b y a .<br />

b<br />

⎟ ⎜<br />

11 11<br />

2<br />

⎟<br />

⎝ 23 ⎝ 11<br />

⎝<br />

⎝ b ⎠<br />

b b<br />

⎠<br />

⎠⎠<br />

⎛<br />

2<br />

1<br />

⎞<br />

Efetuando a translação <strong>de</strong> eixos<br />

⎜<br />

b23<br />

= + − ⎟<br />

b13<br />

z 1 y2<br />

a<br />

33 e z<br />

2b<br />

2 = y1<br />

+ , chegamos à<br />

23 ⎝<br />

b11<br />

⎠<br />

b11<br />

2<br />

equação b 11 z2<br />

+ 2b23z1<br />

= 0 que também representa uma parábola.<br />

Assim, quando A 2 = 0 e A 3 ≠ 0<br />

2<br />

, a cônica é uma parábola com equação Ax + 2 By = 0 ,<br />

'<br />

com A ≠ 0 e B ≠ 0 . A matriz M 3 torna-se<br />

2<br />

( a a )<br />

2<br />

2<br />

3 −AB<br />

= −A1<br />

B = − 11 22 .B<br />

A = + .<br />

− A<br />

⎛ A<br />

⎜<br />

⎜ 0<br />

⎜<br />

⎝ 0<br />

2<br />

3<br />

Portanto, se ( a + a ) x + 2 y 0 obtemos<br />

11 22<br />

=<br />

a11<br />

+ a 22<br />

2. Classificação <strong>das</strong> Cônicas pelos Invariantes<br />

1° Caso: A 2 =0<br />

i) Se A 0 , <strong>pela</strong> proposição, trata-se <strong>de</strong> uma parábola.<br />

3<br />

≠<br />

0<br />

0<br />

B<br />

B<br />

0 ⎞<br />

⎟<br />

B⎟<br />

. Logo, A 1 = A = a11<br />

+ a 22 e<br />

0<br />

⎟<br />

⎠<br />

A<br />

3<br />

= − .<br />

a11<br />

+ a12<br />

2 2<br />

Aplicação: Seja a cônica representada <strong>pela</strong> equação x + y − 2xy<br />

− 8 2x<br />

− 8 2 y = 0 . A<br />

⎛<br />

⎞<br />

⎜<br />

1 −1<br />

− 4 2<br />

⎟<br />

matriz M<br />

3<br />

é ⎜ −1<br />

1 − 4 2 ⎟ e, assim, A 1 = 2 , A2 = 0 e A 3 = −128<br />

. Como A2 = 0 e<br />

⎜<br />

⎟<br />

− 4 2 − 4 2 0<br />

⎝<br />

⎠<br />

A 3 ≠ 0, <strong>pela</strong> proposição, a equação representa uma parábola.<br />

2<br />

⎛ a<br />

=<br />

⎜<br />

⎝a<br />

ii) Se A 3<br />

= 0 , existe uma reta <strong>de</strong> centros e as matrizes ⎛ a11<br />

a12<br />

⎟ ⎞<br />

M 2 =<br />

⎜ e<br />

⎝a12<br />

a22<br />

⎠<br />

11<br />

12<br />

a<br />

a<br />

12<br />

22<br />

a<br />

a<br />

13<br />

23<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

2 2<br />

λ 1 1 2 2 1, 2 = à<br />

M têm característica 1. A equação reduzida é z + λ z + f ( c c ) 0<br />

⎛λ1<br />

0 0 ⎞<br />

⎜<br />

qual associamos a matriz M 3 = ⎜ 0 λ2<br />

0 e obtemos, A<br />

⎜<br />

⎝ 0 0 f ( c ) ⎟⎟⎟ 1 = λ 1 + λ2<br />

e A 2 = λ1. λ2<br />

. Como<br />

1,<br />

c2<br />

⎠<br />

A 2 = 0 , temos λ 1 = 0 e λ 2 ≠ 0 ou λ 1 ≠ 0 e λ 2 = 0 .<br />

Consi<strong>de</strong>rando λ 1 = 0 e λ 2 ≠ 0 e substituindo na equação reduzida temos<br />

2<br />

λ 2 z 2 + f ( c1, c2<br />

) = 0 . Assim, a natureza da cônica <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>de</strong> A 1 . f ( c1,<br />

c2<br />

).<br />

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2<br />

Com efeito, se A 1 . f ( c1,<br />

c2<br />

) > 0 então a equação reduzida é da forma λ 2 z2<br />

= − f ( c1, c2<br />

),<br />

tratando-se, portanto, do conjunto vazio. Se <strong>de</strong>notarmos A 11 e A 22 os respectivos cofatores dos<br />

elementos a<br />

11<br />

e a<br />

22<br />

da matriz M<br />

3, temos que A11 = λ2<br />

. f ( c1,<br />

c2<br />

) e A22 = λ1<br />

. f ( c1,<br />

c2<br />

). No caso<br />

particular em que A 2 = 0 e A 3 = 0 temos A ( ) ( ) ( ) 1 . f c1,<br />

c2<br />

= λ 1 + λ2<br />

. f c1,<br />

c2<br />

= A11<br />

+ A22<br />

.<br />

2<br />

2<br />

Aplicação: Seja a cônica representada <strong>pela</strong> equação 8x<br />

+ 8xy<br />

+ 2y<br />

+ 2 = 0 . A matriz<br />

⎛8<br />

⎜<br />

M<br />

3<br />

associada a à equação da cônica é ⎜4<br />

⎜<br />

⎝0<br />

equação dada representa o conjunto vazio.<br />

4<br />

2<br />

0<br />

0⎞<br />

⎟<br />

0⎟<br />

. Como A 2 = A3<br />

= 0 e A 11 A22<br />

> 0 temos que a<br />

2<br />

⎟<br />

⎠<br />

2<br />

Se 1 . f ( c1,<br />

c2<br />

) < 0<br />

λ<br />

2<br />

z<br />

2<br />

= f c1,c2<br />

, tratando-se<br />

portanto, <strong>de</strong> duas retas paralelas.<br />

2<br />

2<br />

Aplicação: Seja a cônica representada <strong>pela</strong> equação x + 4xy<br />

+ 4y<br />

−1<br />

= 0 . A matriz M<br />

3<br />

A então a equação reduzida é da forma ( )<br />

⎛1<br />

2 0 ⎞<br />

⎜ ⎟<br />

é ⎜2<br />

4 0 ⎟ e, assim, A 1 = 5 , A 2 = 0 e A 3 = 0 . Como A 2 = 0 , A 3 = 0 e A 11 + A22<br />

< 0 concluímos<br />

⎜ ⎟<br />

⎝0<br />

0 −1⎠<br />

que a equação representa duas retas paralelas.<br />

2<br />

Finalmente se A 1 . f ( c1,<br />

c2<br />

) = 0 , a equação reduzida é da forma λ<br />

2<br />

z2<br />

= 0 , tratando-se<br />

portanto, <strong>de</strong> uma reta.<br />

2<br />

2<br />

Aplicação: Seja a cônica representada <strong>pela</strong> equação x + 2xy<br />

+ y − 2x<br />

− 2y<br />

+ 1 = 0 . A<br />

⎛ 1 1 −1⎞<br />

⎜<br />

⎟<br />

matriz M<br />

3<br />

é ⎜ 1 1 −1⎟<br />

e, assim, A 1 = 2 , A 2 = 0 e A 3 = 0 . Como A 2 = A3<br />

= 0 e A 11 + A22<br />

= 0<br />

⎜<br />

⎟<br />

⎝−1<br />

−1<br />

1 ⎠<br />

temos que a equação representa uma reta.<br />

No caso em que λ 1 ≠ 0 e λ 2 = 0 teremos resultados análogos.<br />

2° Caso: A 2 ≠ 0<br />

Pelo Teorema <strong>de</strong> Cramer, se A 2 ≠ 0 a cônica possui um único centro C = ( c1<br />

, c2<br />

). A<br />

2 2<br />

equação reduzida é da forma λ 1 z1<br />

+ λ2<br />

z 2 + f ( c1, c2<br />

) = 0 a qual associamos a matriz<br />

⎛λ1<br />

0 0 ⎞<br />

⎜<br />

⎟<br />

M 3 = ⎜ 0 λ1<br />

0 ⎟ . Daí,<br />

⎜<br />

⎟<br />

⎝ 0 0 f ( c1,<br />

c2<br />

) ⎠<br />

i) A3 = 0 se, e somente se, f ( c1 , c2<br />

) = 0 .<br />

Se A2 > 0 então 2 2<br />

λ1 e λ2<br />

têm o mesmo sinal. Assim, a equação λ1z1<br />

= −λ<br />

2 z 2 representa<br />

um ponto.<br />

2<br />

2<br />

Aplicação: Seja a cônica representada <strong>pela</strong> equação x + 2xy<br />

+ 2y<br />

+ 6y<br />

+ 9 = 0 . A matriz<br />

⎛1<br />

1 0⎞<br />

⎜ ⎟<br />

M<br />

3<br />

é ⎜1<br />

2 3⎟<br />

e, assim, A 1 = 3 , A 2 = 1e<br />

A 3 = 0 . Como A 2 ≠ 0,<br />

A 3 = 0,<br />

A 2 > 0 temos que a<br />

⎜ ⎟<br />

⎝0<br />

3 9⎠<br />

equação representa um ponto.<br />

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Se A 2 < 0 então 2 2<br />

λ1 e λ2<br />

têm sinais opostos. Assim, a equação λ 1z1<br />

= λ 2 z 2 representa<br />

duas retas concorrentes.<br />

2<br />

2<br />

Aplicação: Seja a cônica representada <strong>pela</strong> equação x − 4xy<br />

+ y = 0 . A matriz M<br />

3<br />

é<br />

⎛ 1 − 2 0⎞<br />

⎜ ⎟<br />

⎜−<br />

2 1 0⎟<br />

e, assim, A 1 = 2 , A 2 = − 3 e A 3 = 0 . Como A 2 ≠ 0,<br />

A 3 = 0,<br />

A 2 < 0 temos que a<br />

⎜ ⎟<br />

⎝ 0 0 0⎠<br />

equação representa duas retas concorrentes.<br />

ii) A 3 ≠ 0 ⇔ f ( c1,<br />

c2<br />

) ≠ 0<br />

Se A 2 > 0 então λ1 e λ2<br />

têm o mesmo sinal e, conseqüentemente, A 1 ≠ 0 . A equação<br />

2 2<br />

reduzida, nesse caso, é, λ 1 z1<br />

+ λ2<br />

z2<br />

= − f ( c1,c2<br />

). Daí, se A1 A3<br />

> 0 então<br />

2<br />

2<br />

λ 1 λ 2 f ( c 1 , c 2 ) + λ 2 λ1<br />

f ( c1,<br />

c2<br />

) > 0 . Assim, se λ 1 > 0 e λ 2 > 0 então f ( c , ) 1 c2<br />

> 0 e, por outro<br />

lado, se λ 1 < 0 e λ 2 < 0 então f ( c , ) 1 c2<br />

< 0 . Portanto, em qualquer um dos casos teremos<br />

2 2<br />

λ z + λ z = − f ( c ) que representa o conjunto vazio.<br />

1 1 2 2 1,c2<br />

2 2<br />

Aplicação: Seja a cônica representada <strong>pela</strong> equação 5x<br />

+ 2y<br />

+ 2xy<br />

+ 2 = 0 . A matriz<br />

⎛5<br />

1 0⎞<br />

⎜ ⎟<br />

M<br />

3<br />

é ⎜1<br />

2 0⎟<br />

e, assim, A 1 = 7 , A 2 = 9 e A 3 = 18.<br />

Como A 2 ≠ 0,<br />

A 3 ≠ 0,<br />

A 2 > 0 e A1 A3<br />

> 0 temos<br />

⎜ ⎟<br />

⎝0<br />

0 2⎠<br />

que a equação representa o conjunto vazio<br />

2<br />

2<br />

Por outro lado, se A1 A3<br />

< 0 então λ 1 λ 2 f ( c 1 , c 2 ) + λ 2 λ1<br />

f ( c1,<br />

c2<br />

) < 0 . Daí, se λ 1 > 0,<br />

λ2<br />

> 0<br />

então f ( c c ) 0 e, analogamente, se λ < , λ 0 então f ( c c ) 0.<br />

Em qualquer um dos<br />

1 , 2 <<br />

2 2<br />

casos teremos z + λ z = f ( c )<br />

1 0 2 <<br />

1 , 2 ><br />

λ<br />

1 1 2 2 1,c2<br />

que representa uma elipse.<br />

Aplicação: Seja a cônica representada <strong>pela</strong> equação x<br />

2 + 3y<br />

2 + xy − 2x<br />

+ 4y<br />

− 5 = 0 . A<br />

⎛ 1 1<br />

2<br />

−1⎞<br />

⎜<br />

⎟<br />

matriz M<br />

3<br />

é 1<br />

⎜ 2<br />

3 2 ⎟ e, assim, A 1 = 4 , 11<br />

A2 = e<br />

⎜<br />

⎟<br />

4<br />

⎝−1<br />

2 − 5⎠<br />

A A 0 temos que a equação representa uma elipse.<br />

1 3 <<br />

91<br />

A 3 = − . Como 2 ,<br />

4<br />

A ≠ 0 A 3 ≠ 0,<br />

A 2 > 0 e,<br />

Se A 2 < 0 , então λ1 e λ2<br />

têm sinais opostos. A equação reduzida, nesse caso, é,<br />

2 2<br />

λ<br />

1<br />

z<br />

1<br />

+ λ2<br />

z2<br />

= f ( c1,c2<br />

), que representa uma hipérbole.<br />

Aplicação: Seja a cônica representada <strong>pela</strong> equação 8x<br />

2 + 6xy<br />

−12x<br />

− 26y<br />

+ 11 = 0 . A<br />

⎛ 0 3 − 6 ⎞<br />

⎜<br />

⎟<br />

matriz M<br />

3<br />

é ⎜ 3 2 −13⎟<br />

e, assim, A 1 = 8 , A2 = − 9 e A 3 = 81 . Como A 2 ≠ 0 , A 3 ≠ 0 e A 2 < 0<br />

⎜<br />

⎟<br />

⎝−<br />

6 −13<br />

11 ⎠<br />

temos que a equação representa uma hipérbole.<br />

3. Referência<br />

OLIVA, W.M. Vetores e Geometria. São Paulo: Edgard Blücher, 1973.<br />

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