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Redalyc.Max Weber, as Múltiplas Modernidades e a Reorientação ...

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Wolfgang Knöbl<br />

cie de identidade entre os países europeus, isto é, a tendência a descrever<br />

a <strong>as</strong>censão industrial da Inglaterra como a decolagem industrial de<br />

toda a Europa. Isso é muito questionável. Ninguém sabe ao certo se a<br />

<strong>as</strong>censão da Europa Ocidental teria ocorrido se outro país que não a<br />

Inglaterra – por uma série de caus<strong>as</strong>, inclusive aleatóri<strong>as</strong> – tivesse dado<br />

esse salto anteriormente. Assim, ainda não está claro como devemos<br />

comparar o peso de padrões civilizacionais entre diferentes países ou<br />

regiões. Resumindo o argumento: é preciso avaliar cuidadosamente se<br />

é de fato necessário adotar uma abordagem civilizacional abrangente<br />

para explicar a divergência de caminhos para a modernidade entre a<br />

Europa e a China, ou se é melhor subdividir ess<strong>as</strong> civilizações e fazer<br />

comparações menos ambicios<strong>as</strong> entre unidades menores – regiões ou<br />

Estados-nações, por exemplo. Esse último enfoque, repito, também<br />

abre a possibilidade de tratar de modo mais convincente o problema<br />

do pequeno número de c<strong>as</strong>os.<br />

5. Parece-me ser necessário focalizar de modo muito mais sistemático,<br />

por um lado, os acontecimentos contingentes, e, por outro, <strong>as</strong> estrutur<strong>as</strong><br />

e processos altamente estáveis. Essa observação toca vagamente no segundo<br />

argumento aqui mencionado, em que afirmei que <strong>as</strong> análises de<br />

civilizações deveriam ater-se aos últimos dois séculos se realmente visam<br />

à explicação de caminhos divergentes. O que une ess<strong>as</strong> du<strong>as</strong> idéi<strong>as</strong>,<br />

porém, é o fato de os pesquisadores precisarem estar conscientes da<br />

possibilidade de haver acontecimentos inexplicáveis que poderiam direcionar<br />

a história para trilh<strong>as</strong> inesperad<strong>as</strong>. Por isso, deveria haver<br />

uma cooperação mais estreita entre os estudiosos da macrossociologia<br />

ligados ao debate d<strong>as</strong> “múltipl<strong>as</strong> modernidades” e os<br />

neo-institucionalist<strong>as</strong>. A razão disso é que os neo-institucionalist<strong>as</strong> já<br />

começaram a tratar historicamente a questão de por que cert<strong>as</strong> estrutur<strong>as</strong><br />

são altamente estáveis enquanto outr<strong>as</strong> são mutáveis e voláteis,<br />

suscetíveis à influência de acontecimentos contingentes (Thelen,<br />

2003). Tenho certeza de que apen<strong>as</strong> esse tipo de argumento poderá dar<br />

fundamentos sólidos à teoria d<strong>as</strong> “múltipl<strong>as</strong> modernidades”. Enquanto<br />

os teóricos dessa tese não tiverem argumentos plausíveis e convincentes<br />

para explicar por que um determinado caminho seguido por subunidades<br />

de uma civilização (Estado-nação, região etc.) não muda<br />

com facilidade, em função exatamente de determinad<strong>as</strong> limitações civilizacionais,<br />

o paradigma continuará a ser alvo de intenso bombardeio crítico<br />

– e com justa razão! Somente se houver alguma noção teórica de<br />

como um tipo específico de modernidade se fundamenta em instituições,<br />

o paradigma civilizacional ou d<strong>as</strong> “múltipl<strong>as</strong> modernidades”<br />

502<br />

Revista Dados – 2006 – Vol. 49 n o 3

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