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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 72 • 81<br />

às árvores existentes em seu topo, o que é renunciado por outros,<br />

é um tanto abrupta.<br />

17. Seu nome durará para sempre. O escritor inspirado reitera<br />

uma vez mais o que afirmara previamente concernente à perpétua<br />

duração <strong>de</strong>sse reino. E indubitavelmente pretendia cuidadosamente<br />

distingui-lo dos reinos terrenos, os quais ou subitamente se <strong>de</strong>svanecem<br />

ou, por fim, oprimido por sua própria gran<strong>de</strong>za, caem em ruínas,<br />

dando com sua <strong>de</strong>struição incontestável evidência <strong>de</strong> que nada neste<br />

mundo é estável e <strong>de</strong> longa duração. Ao dizer que seu nome durará<br />

para sempre, não se <strong>de</strong>ve enten<strong>de</strong>r que sua intenção era simplesmente<br />

que seu nome sobreviveria a sua morte, como as pessoas mundanas<br />

que ambicionam que seu nome não seja sepultado com seu corpo. Antes,<br />

ele está falando do reino quando diz que o nome <strong>de</strong>sse príncipe<br />

continuaria perenemente ilustre e glorioso. Há quem explica as palavras<br />

?m?-ynpl, liphney-shemesh, as quais traduzimos, na presença do<br />

sol, como se sua intenção fosse que a glória com que Deus investisse<br />

os reis <strong>de</strong> Judá exce<strong>de</strong>ria o resplendor do sol; tal idéia, porém, está em<br />

oposição ao contexto, pois ele dissera acima [v. 5], no mesmo sentido:<br />

com o sol, e na presença da lua.<br />

Portanto, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> haver feito menção da duração eterna do<br />

nome <strong>de</strong>sse rei, ele junta, à guisa <strong>de</strong> explicação: seu nome estará continuamente<br />

na presença do sol. Literalmente, seu nome terá filhos27<br />

27 “Filiabitur nomen ejus.” – Henry. Na margem <strong>de</strong> nossas Bíblias inglesas há “Ele será como<br />

um filho a continuar o nome <strong>de</strong> seu pai.” O bispo Patrick, portanto, faz a seguinte paráfrase: “Sua<br />

memória e fama nunca morrerão, mas serão difundidas <strong>de</strong> pai para filho, enquanto o sol brilhar.”<br />

Rosenmüller traduz: “Sobolescet nomen ejus, ‘seu nome aumentará’, ou, seja, continuará enquanto<br />

o sol durar; o governo continuará em sua posterida<strong>de</strong> em perpétua sucessão.” “O verbo /wn, nun”,<br />

acrescenta ele, “o qual ocorre somente nesta passagem, é explicado à luz do substantivo /yn, nin,<br />

Gn 21.23; Jó 18.19; Is 14.22. Nessas passagens, a palavra tem obviamente o sentido <strong>de</strong> progênie, e<br />

pelos intérpretes cal<strong>de</strong>us é constantemente traduzida pela palavra rb, bar, filius, ‘um filho’. Portanto,<br />

po<strong>de</strong>-se presumir com certeza que o verbo /wn, nun, significa sobolem procreare, ‘procriar<br />

<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes’. Entretanto, po<strong>de</strong>-se acrescentar que a versão alexandrina tem aqui diamenei, tradução<br />

essa na qual tanto a Vulgata quanto a <strong>de</strong> Jerônimo concordam: ‘perseverabit nomen ejus’,<br />

‘seu nome durará’.” Dathe assume esse último ponto <strong>de</strong> vista mencionado. Ele supõe que em<br />

vez <strong>de</strong> /wny, yinnon, <strong>de</strong>vemos ler /wky, yikon, stabilietur – permanebit; “será estabelecido – continuará”.<br />

“O verbo /wn, nun”, diz ele, “não se encontra nem no hebraico nem nas línguas cognatas,<br />

e é explicado – meramente por conjetura – augescere – sobolescere –, ‘aumentar ou multiplicar’,

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