31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Salmo 106 • 719<br />

Escrituras. Não que Deus seja em si mutável, mas ele usa a linguagem<br />

humana para que sejamos afetados com o mais profundo senso<br />

<strong>de</strong> sua ira; como o rei que resolvera perdoar <strong>de</strong>terminado ofensor,<br />

todavia o assentou diante <strong>de</strong> seu tribunal para o <strong>de</strong>ixar ainda mais<br />

eficientemente impressionado com a magnitu<strong>de</strong> da bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrada<br />

por ele. Deus, pois, enquanto conserva em seu íntimo<br />

seu propósito secreto, <strong>de</strong>clarou publicamente ao povo que tinham<br />

cometido transgressão que merecia ser punida com a morte eterna.<br />

Em seguida ele diz que Moisés se pôs na brecha, significando que<br />

fizera intercessão junta a Deus para que sua terrível vingança não<br />

se concretizasse no meio do povo. Aqui há uma alusão à maneira<br />

como as cida<strong>de</strong>s são tomadas <strong>de</strong> assalto; pois se for feita uma brecha<br />

no muro, por algum dos vários engenhos que se empregam na<br />

guerra, os soldados bravos são instantaneamente postos na brecha<br />

em sua <strong>de</strong>fesa. 19 Daí Ezequiel repreen<strong>de</strong>r os falsos profetas que,<br />

contrários a Moisés, enganando o povo com suas frau<strong>de</strong>s, fazendo,<br />

por assim dizer, um muro <strong>de</strong> argila, não se puseram na brecha no<br />

dia da batalha. “Não subistes às brechas, nem reparastes o muro<br />

para a casa <strong>de</strong> Israel, para estar<strong>de</strong>s firmes na peleja no dia do Senhor”<br />

[Ez 13.5]. Alguns expositores são <strong>de</strong> opinião que o profeta<br />

se refere à separação que o povo fez em seu próprio seio ao violar<br />

o pacto divino e a sacra relação que mantinham entre si; mas o<br />

significado é o mesmo. Pois naquela brecha que <strong>de</strong>u origem a esta<br />

metáfora ou similitu<strong>de</strong> Deus, ao <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r seu povo tão fielmente,<br />

19 Os pecados do povo tinham aberto uma brecha ou fenda pela qual Deus, como inimigo,<br />

po<strong>de</strong>ria entrar e <strong>de</strong>struí-los. Mas, como soldados que se põem na brecha que foi feita nos muros<br />

<strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> sitiada para impedir a irrupção do inimigo, Moisés, por meio <strong>de</strong> oração fervorosa,<br />

obstruiu essa brecha [Êx 32.11-14]. “Moisés é aqui mencionado no caráter <strong>de</strong> um mediador, sob a<br />

figura <strong>de</strong> alguém que se põe na brecha do muro <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> feita por sitiadores, com o fim <strong>de</strong><br />

obstruir as mais hostis agressões. A figura <strong>de</strong> uma brecha é amiú<strong>de</strong> empregada na Escritura para<br />

‏,פרף brecha, <strong>de</strong>notar alguma <strong>de</strong>struição da parte <strong>de</strong> Deus. Assim em Juízes 21.15, Deus fez uma<br />

nas tribos <strong>de</strong> Israel, isto é, ele <strong>de</strong>struiu uma das tribos, a saber, a <strong>de</strong> Benjamim [vejam-se também<br />

2Sm 6.8; Ez 22.30]. Daí nesta passagem enten<strong>de</strong>rmos que Deus teria <strong>de</strong>struído os israelitas, não<br />

houvera Moisés ficado na brecha, isto é, intercedido com suas orações, justamente no momento<br />

em que os juízos divinos estavam para ser executados. A Caldaica fez esta paráfrase: Se Moisés<br />

não se pusesse diante <strong>de</strong>le e não prevalecesse em oração, isto é, <strong>de</strong>teve a <strong>de</strong>struição.” – Phillips.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!