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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 106 • 717<br />

a manadas brutas! Além do mais, a comparação indicada aumenta a<br />

enormida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua culpa. Pois que crédito era para um povo santo<br />

adorar a semelhança inanimada <strong>de</strong> um boi em vez do Deus verda<strong>de</strong>iro?<br />

Deus, porém, se con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ra em esten<strong>de</strong>r as asas protetoras<br />

<strong>de</strong> sua glória sobre os filhos <strong>de</strong> Abraão, para que fossem revestidos<br />

da mais sublime honra. Portanto, ao <strong>de</strong>snudar-se <strong>de</strong>sta honra, expuseram<br />

sua própria vileza ao repúdio <strong>de</strong> todas as nações da terra. E daí<br />

Moisés empregar a frase <strong>de</strong> nu<strong>de</strong>z, quando mostra aquele crime <strong>de</strong><br />

idolatria: “E, vendo Moisés que o povo estava <strong>de</strong>spido, porque Arão o<br />

havia <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong>spir-se para vergonha entre seus inimigos” [Êx 32.25].<br />

Qualquer um que se dispuser a dizer que a arca do concerto era uma<br />

representação <strong>de</strong> Deus, minha resposta é: esse símbolo foi dado aos<br />

filhos <strong>de</strong> Israel, não para açambarcar toda sua atenção, mas apenas<br />

com o propósito <strong>de</strong> assisti-los e dirigi-los no culto espiritual <strong>de</strong> Deus.<br />

21. Esqueceram-se <strong>de</strong> Deus. O profeta uma vez mais reitera que o<br />

povo pecara não simplesmente movido por ignorância, mas também<br />

voluntariamente, visto que Deus já havia fornecido uma manifestação<br />

bem palpável <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r e glória. E visto que ele se faz conhecido<br />

na criação dos céus e da terra, a cegueira dos homens é totalmente<br />

injustificada. Mas muito mais agravante é o pecado dos filhos <strong>de</strong> Israel<br />

que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Deus se lhes fazer conhecido, da maneira a mais<br />

con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte, o substituem totalmente e se entregam à prática <strong>de</strong><br />

brutal idolatria. E havendo Deus <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o céu manifestado seu onipotente<br />

po<strong>de</strong>r para a salvação <strong>de</strong>les, seguramente não seria <strong>de</strong> pouca<br />

importância anexa a tais exibições <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r proclamar o louvor e<br />

a honra <strong>de</strong> seu gran<strong>de</strong> Nome. Houvera ele meramente dado um ordinário<br />

emblema <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r, ainda assim isso <strong>de</strong>veria ter arrancado<br />

<strong>de</strong>les a consi<strong>de</strong>ração por ter guardado seu povo no temor e culto <strong>de</strong><br />

Deus. Agora que esses milagres eram assim tão notáveis, ou, antes, terríveis<br />

e raros, o povo agia <strong>de</strong> forma a mais vil fechando seus olhos para<br />

os mesmos [milagres] e entregando-se à idolatria. Pois como as trevas<br />

são dispersas pelos raios furtivos do sol, assim todas as invenções e<br />

erros perversivos se <strong>de</strong>svanecem diante <strong>de</strong>sse conhecimento <strong>de</strong> Deus.

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