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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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676 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

acaso. Embora se trate aqui apenas <strong>de</strong> uma fome específica, <strong>de</strong>ve-se ter<br />

como princípio geral que não há outra causa <strong>de</strong> qualquer escassez <strong>de</strong><br />

subsistência exceto esta: que Deus, ao encolher sua mão, subtraiu os<br />

meios <strong>de</strong> subsistência. A maldição divina é expressa mais enfaticamente<br />

quando se diz que a fome foi chamada; como se ela se dispusesse movida<br />

por sua or<strong>de</strong>m, como ministra <strong>de</strong> sua ira. Por esse meio somos instruídos<br />

que a fome, a pestilência e outros açoites divinos não visitam os homens<br />

por acaso, mas são dirigidos por sua mão para on<strong>de</strong> lhe aprouver, e são<br />

obedientes a sua vonta<strong>de</strong>. 10 A maneira como a fome foi chamada é em<br />

seguida expressa, isto é, quando ele quebrou o sustento do pão. A metáfora<br />

do sustento é muito apropriada; porquanto Deus pôs no pão o po<strong>de</strong>r<br />

e proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> fortalecer o homem por uma secreta virtu<strong>de</strong> que faz<br />

com ele nos sustente. Enquanto lhe aprouver nutrir-nos com tais meios,<br />

é como se uma energia estivesse oculta nele. Esse sustento é quebrado<br />

<strong>de</strong> duas formas: ou, primeiro, quando ele subtrai a provisão <strong>de</strong> grão necessária<br />

para nossa nutrição, cujo sentido parece ser usado em Ezequiel<br />

4.16, “Eis que quebrarei o sustento <strong>de</strong> pão em Jerusalém, e comerão o pão<br />

por peso, e com ansieda<strong>de</strong>”; ou, segundo, quando ele bafeja ira sobre o<br />

próprio pão, <strong>de</strong> modo que aqueles que se satisfariam em <strong>de</strong>vorá-lo, em<br />

vez <strong>de</strong> ter sua fome estancada, continuam ainda famintos. E certamente à<br />

esterilida<strong>de</strong> da terra acrescenta-se comumente esta segunda, isto é, que<br />

ele remove a energia que nutre, que é o pão; porque, como se <strong>de</strong>clara<br />

em Deuteronômio 8.3, o pão em si não comunica vida, mas empresta sua<br />

virtu<strong>de</strong> secreta da boca <strong>de</strong> Deus.<br />

17. Ele enviou um homem diante <strong>de</strong>les. Toda esta passagem graficamente<br />

nos ensina que o que sobreveio a esse povo provinha da mão e<br />

do conselho <strong>de</strong> Deus. O simples recital seria dizer que a fome sobreveio à<br />

terra <strong>de</strong>pois que José foi vendido por seus irmãos e levado para o Egito. O<br />

profeta, porém, fala enfaticamente <strong>de</strong>clarando que José, movido por divino<br />

conselho foi enviado antecipadamente ao Egito para sustentar a casa<br />

10 “Fome, aqui, é excelentemente apresentada como serva, pronta a vir e ir em obediência ao<br />

‘chamado’ e or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Deus; pois as calamida<strong>de</strong>s, quer públicas ou privadas, são os mensageiros<br />

da divina justiça.” – Horne.

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