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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 104 • 651<br />

permite <strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong> prazeres com mo<strong>de</strong>ração, on<strong>de</strong> houver habilida<strong>de</strong><br />

para administrá-los, ou jamais participarão mesmo do pão e do<br />

vinho com uma consciência tranqüila; sim, começarão a ter escrúpulo<br />

<strong>de</strong> provar água, pelo menos jamais se chegarão à mesa a não ser<br />

com temor. Entrementes, a maior parte do mundo se engolfará nos<br />

prazeres sem discriminação, porque não consi<strong>de</strong>ram o que Deus lhes<br />

permite; pois sua paternal bonda<strong>de</strong> nos <strong>de</strong>ve ser a melhor mestra a<br />

ensinar-nos a mo<strong>de</strong>ração.<br />

[vv. 16-18]<br />

As árvores <strong>de</strong> Jehovah 12 serão saciadas; os cedros do Líbano, os quais ele<br />

plantou; pois ali as aves constroem seus ninhos; a cegonha, 13 cuja habitação<br />

é nas faias. Os montes altos são para as cabras monteses; 14 e as rochas<br />

são um lugar <strong>de</strong> refúgio para os coelhos. 15<br />

12 “Na Septuaginta temos ‘árvores do campo’; portanto, se lê yd*C* yx@u&; e ydc sendo um dos<br />

nomes do Onipotente, quando pontuado <strong>de</strong> forma diferente, assim: yd^”^, foi <strong>de</strong>pois mudado para<br />

hwhy, ‘Jehovah’, como está no texto atual. Teodoreto nota em seu tempo que o hebraico, e outros<br />

intérpretes gregos <strong>de</strong>le, tinham xu,la tou kuriou, ‘árvores do Senhor’. Assim era o hebraico dos dias<br />

<strong>de</strong> Jerônimo, o qual tem ligna Domini”. – Reeves’ Collation.<br />

13 hdysj, chasidah, a palavra original para a cegonha, vem <strong>de</strong> dsj, pieda<strong>de</strong>, beneficência, porque,<br />

diz Bythner, “a cegonha nutre, sustenta e carrega em suas costas, quando exaustos, seus<br />

pais idosos”. As cegonhas são uma espécie <strong>de</strong> aves mui numerosas na Palestina e outros países<br />

orientais. Doubdan, em seu relato <strong>de</strong> uma viagem <strong>de</strong> Caná a Nazaré na Galiléia (p. 513), assim fala<br />

<strong>de</strong>las: “Todos esses campos estavam tão cheios <strong>de</strong> bandos <strong>de</strong> cegonhas, que pareciam totalmente<br />

brancos, contando acima <strong>de</strong> mil em cada bando, e quando voam, são como nuvens. À noite repousam<br />

nas árvores.”<br />

14 “Ou, chevreux.” – v.f.m. “Ou, os cabritos.” Calvino, ao fazer duas traduções diferentes da<br />

palavra original, parece ter ficado perplexo à vista do animal em pauta. “O animal aqui em pauta”,<br />

diz Mant, “é o cabrito montês, uma espécie <strong>de</strong> cabrito selvagem, <strong>de</strong>rivando seu nome hebraico da<br />

maravilhosa maneira como ele sobe o topo das rochas mais altas, cuja capacida<strong>de</strong> os escritores<br />

sacros alu<strong>de</strong>m nas outras passagens on<strong>de</strong> a palavra ocorre da mesma forma que nesta [vejam-se<br />

1Sm 24.3; Jó 39.1].<br />

15 “Ou, connils.” – v.f.m. “Ou, os coelhos.” O nome hebraico <strong>de</strong>sse animal, /p?, shaphan, do<br />

verbo /p?, shaphan, ou /ps, saphan, ocultar, parece indicar uma criatura <strong>de</strong> disposição tímida<br />

e inofensiva. Débil e percebendo o perigo, ele busca um refúgio por entre as fendas das rochas,<br />

on<strong>de</strong> possa se ver livre <strong>de</strong> seus inimigos. A tal circunstância é que se faz alusão aqui; Salomão<br />

também faz referência a ele [Pv 30.26]: “Os coelhos são um povo débil; e contudo têm sua casa na<br />

rocha.” Destas palavras se faz evi<strong>de</strong>nte que os coelhos são gregários. Que animal em particular,<br />

pois, é indicado com esse nome? Calvino, dando ao termo original uma tradução no texto e outra<br />

diferente na margem, parece que ficou in<strong>de</strong>ciso quanto à espécie <strong>de</strong> animal requerido aqui, e neste<br />

ponto se obtém consi<strong>de</strong>rável varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> opinião. Algumas cópias da Septuaginta trazem ouriço-<br />

-cacheiro; e outros, lebre; sendo a primeira provavelmente a redação correta, quando a Vulgata<br />

concorda com ela.

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