31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Salmo 104 • 643<br />

informe em que a terra então existia. Conseqüentemente, em minha<br />

opinião, há aqui celebrado aquele maravilhoso arranjo por meio do<br />

qual o abismo, ainda que sem forma, todavia é a vestimenta da terra.<br />

Mas, como o contexto parece conduzir a um prisma diferente, os intérpretes<br />

se inclinam antes a explicar a linguagem neste sentido: Que a<br />

terra foi coberta com o abismo antes que as águas fossem reunidas em<br />

um lugar separado. Esta dificulda<strong>de</strong>, contudo, é facilmente resolvida<br />

se as palavras do profeta, As águas pairam acima dos montes, forem<br />

transformadas no modo potencial, assim: As águas <strong>de</strong>vem ficar acima<br />

dos montes; o que é suficientemente justificado pelo uso da linguagem<br />

hebraica. Aliás, não tenho dúvida <strong>de</strong> que o profeta, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> dizer<br />

que Deus vestiu a terra com águas, acrescenta, à guisa <strong>de</strong> exposição,<br />

que as águas estariam acima dos montes não fosse o fato <strong>de</strong> elas fugirem<br />

à repreensão divina. Don<strong>de</strong> provém que os montes se elevam e<br />

que os vales se afundam, senão porque limites foram postos às águas<br />

para que não voltem a cobrir a terra? A passagem, pois, é óbvia e po<strong>de</strong>ria<br />

com proprieda<strong>de</strong> ser entendida assim: o mar, embora seja um<br />

po<strong>de</strong>roso abismo que enche <strong>de</strong> terror por sua vastidão, é contudo uma<br />

bela vestimenta para a terra. Eis a razão da metáfora: a superfície da<br />

terra permanece <strong>de</strong>scoberta. O profeta afirma que isso não acontece<br />

por acaso; pois se a providência <strong>de</strong> Deus não restringisse as águas,<br />

imediatamente não voltariam elas a cobrir toda a terra? Ele, pois, fala<br />

sabiamente quando insiste que a aparência <strong>de</strong> qualquer parte da superfície<br />

da terra não é o efeito da natureza, mas é um evi<strong>de</strong>nte milagre.<br />

Fosse Deus dar ré<strong>de</strong>as soltas ao mar, e as águas <strong>de</strong> repente cobririam<br />

os montes. Agora, porém, fugindo à repreensão divina, se amontoam<br />

em seu <strong>de</strong>vido lugar.<br />

Por a repreensão <strong>de</strong> Deus e a voz <strong>de</strong> seu trovão significa a terrível<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Deus, pela qual ele restringe o violento fragor do mar.<br />

Embora no princípio, tão-somente por sua palavra, ele confinasse o<br />

mar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados limites e continua até o presente a mantê-lo<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>les, todavia, se consi<strong>de</strong>rarmos quão tumultuosamente<br />

seus vagalhões o fazem espumar quando ele se agita, não é sem razão

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!