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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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546 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

tisfeitos com sua própria condição, mas ela é inevitavelmente muito<br />

insegura e instável; e <strong>de</strong>stituídos como estão <strong>de</strong> qualquer fundamentação<br />

em Deus, sua vida, po<strong>de</strong>-se dizer, está suspensa por um fio. 19<br />

Devemos ter em mente o que já vimos ensinado [Sl 46.5]: “Deus está<br />

no meio da santa cida<strong>de</strong>; ela não se moverá.” Mui provavelmente haja<br />

aqui uma alusão indireta ao estado imperfeito e incompleto <strong>de</strong> coisas<br />

sob a lei, e possivelmente haja aqui um contraste entre a condição perfeita<br />

<strong>de</strong> coisas que se alcançam em Cristo e o prelúdio <strong>de</strong>la no período<br />

anterior. Em seguida ele prediz que o reino a ser introduzido seria distinguido<br />

pela justiça, <strong>de</strong> acordo com o que já vimos [Sl 45.6]: “Um cetro<br />

<strong>de</strong> justiça é o cetro <strong>de</strong> teu reino.” O termo julgar, no hebraico, inclui governo<br />

<strong>de</strong> qualquer tipo. Se o método <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong> governar os homens<br />

consiste em formar e regular suas vidas para a [prática da] justiça,<br />

po<strong>de</strong>mos inferir que, quanto mais espontaneamente os homens ficam<br />

satisfeitos consigo mesmos, necessariamente tudo se torna mais errado<br />

com eles enquanto não se sujeitarem a Cristo. E essa justiça da<br />

qual fala o salmista não é uma mera referência às ações externas. Ela<br />

compreen<strong>de</strong> um novo coração, tendo seu ponto <strong>de</strong> partida na regeneração<br />

[proce<strong>de</strong>nte] do Espírito, pela qual somos formados novamente<br />

na semelhança <strong>de</strong> Deus.<br />

11. Regozijem-se os céus e a terra exulte. Com o propósito <strong>de</strong><br />

nos dar uma concepção mais elevada da exibição da bonda<strong>de</strong> divina<br />

em con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>r Deus em tomar todos os homens sob seu governo,<br />

o salmista convoca as coisas irracionais: as árvores, a terra, os mares<br />

e os céus a a<strong>de</strong>rirem ao júbilo geral. Tampouco <strong>de</strong>vemos enten<strong>de</strong>r que<br />

pelo termo céus ele queira dizer os anjos; e por terra, os homens; 20 pois<br />

ele convoca até mesmo os peixes mudos das profun<strong>de</strong>zas a gritarem<br />

<strong>de</strong> alegria. A linguagem, pois, <strong>de</strong>ve ser hiperbólica, <strong>de</strong>signada a expres-<br />

19 “Semper tamen fluctuari necesse est, et vitam eoram pen<strong>de</strong>re <strong>de</strong> filo, quia in Deo fundatus<br />

non est eorum status.” – v.l.<br />

20 “Neque enim metonymice <strong>de</strong> angelis vel hominibus loquitur.” – v.l. “Il ne faut pas penser que<br />

ce soit yci la figure nommce Metonymie, et que par les Cieux il enten<strong>de</strong> les Anges, par la Terre les<br />

hommes.” – v.f.

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