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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 96 • 537<br />

em quem não creram?” [Rm 10.14]. O mesmo apóstolo prova a vocação<br />

dos gentios, anexando o testemunho <strong>de</strong>la: “Louvai ao Senhor, vós,<br />

gentios, com seu povo” – do quê se <strong>de</strong>duz que a comunhão na fé está<br />

conectada com a celebração uníssona <strong>de</strong> louvor [Rm 15.11]. Além disso,<br />

o salmista <strong>de</strong>manda um novo cântico, 2 não um que fosse comum e<br />

já anteriormente celebrado. Portanto, ele estaria se reportando a alguma<br />

exibição inusitada e extraordinária da bonda<strong>de</strong> divina. E assim,<br />

quando Isaías fala da restauração da Igreja, a qual seria maravilhosa<br />

e inusitada, diz ele: “Cantai ao Senhor um cântico novo” [Is 42.10]. O<br />

salmista notifica, conseqüentemente, que o tempo viria quando Deus<br />

erigiria seu reino no mundo <strong>de</strong> uma maneira totalmente imprevista. Ele<br />

notifica ainda mais claramente como ele proce<strong>de</strong>, ou, seja: que todas<br />

as nações partilharia do favor divino. Ele convoca a todos a anunciarem<br />

sua salvação e, <strong>de</strong>sejando que a celebrassem dia após dia, insinua<br />

que ela não era <strong>de</strong> uma natureza transitória ou evanescente, mas que<br />

duraria para sempre.<br />

3. Declarai sua glória entre os pagãos. Termos adicionais são adicionados<br />

para enaltecer a salvação em pauta. Ela é <strong>de</strong>nominada sua<br />

glória e suas maravilhas; o que equivale dizer que ela era gloriosa e<br />

admirável. Com tais títulos o salmista quer distingui-la <strong>de</strong> quaisquer<br />

outros livramentos que anteriormente foram realizados em favor<br />

2 Deparamo-nos com um Salmo muito parecido a este em 1 Crônicas 16, entregue por Davi a<br />

Asafe, para ser cantado por ocasião da remoção da arca da casa <strong>de</strong> Obe<strong>de</strong>-Edom para Sião. Mas a<br />

o<strong>de</strong>, como se acha em 1 Crônicas 16, é consi<strong>de</strong>ravelmente mais longa, esten<strong>de</strong>ndo-se do versículo<br />

8 ao 36; e essa é apenas a parte <strong>de</strong>le do versículo 23 ao 33. A suposição é que esta parte foi extraída<br />

do Salmo supramencionado; e, com umas poucas alterações inconsi<strong>de</strong>ráveis, adaptadas à solenida<strong>de</strong><br />

da <strong>de</strong>dicação do segundo templo. Esta opinião se fundamenta no título do Salmo como se<br />

acha nas versões Septuaginta, Vulgata, Etiópica e Arábica, ou, seja: “Um cântico <strong>de</strong> Davi quando a<br />

casa foi construída <strong>de</strong>pois do cativeiro.” Conseqüentemente, estritamente falando, este não é um<br />

novo cântico. Mas po<strong>de</strong> ser chamado novo por haver sido adaptado para um novo propósito – <strong>de</strong><br />

preten<strong>de</strong>r o mesmo ser a celebração das novas misericórdias conferidas aos ju<strong>de</strong>us e <strong>de</strong> elevar a<br />

mente para a gloriosa era da vinda do Messias e o estabelecimento <strong>de</strong> seu reino, que era, provavelmente,<br />

um assunto <strong>de</strong> expectativa mais geral no seio do povo eleito, no período quando o templo<br />

foi construído do que quando a arca foi conduzida ao Monte Sião, levada da casa <strong>de</strong> Obe<strong>de</strong>-Edom.<br />

Po<strong>de</strong>-se observar ainda que o primeiro versículo não está no poema original, como registrado no<br />

livro <strong>de</strong> Crônicas, mas parece ter sido adicionado para uma nova ocasião à qual este Salmo mais<br />

breve foi adaptado.

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