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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 95 • 529<br />

enfatuados em sua posição em relação a ela com frenesi e paixão. Antes<br />

que o coração possa ser consi<strong>de</strong>rado flexível e maleável ao ouvir a<br />

Palavra <strong>de</strong> Deus é necessário que a recebamos com reverência e com<br />

disposição <strong>de</strong> a obe<strong>de</strong>cer. Se ela não possuísse nenhuma autorida<strong>de</strong> e<br />

peso, então <strong>de</strong>monstraríamos que ele não é mais que um mero homem<br />

semelhante a nós; e aqui está a dureza <strong>de</strong> nossos corações, seja qual<br />

for a causa <strong>de</strong>la: se mera displicência, se soberba ou se rebelião. Ele<br />

<strong>de</strong>stacou intencionalmente o termo odioso aqui empregado para fazer-nos<br />

saber quão execrável é <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhar a Palavra <strong>de</strong> Deus; como, na<br />

lei, adultério é usado para <strong>de</strong>notar todo gênero <strong>de</strong> fornicação e impureza;<br />

e homicídio, todo gênero <strong>de</strong> violência, injúria, ódio e animosida<strong>de</strong>.<br />

Conseqüentemente, ao homem que meramente trata a Palavra <strong>de</strong> Deus<br />

com negligência e se nega a obe<strong>de</strong>cê-la, aqui <strong>de</strong>clara-se que o mesmo<br />

possui um coração insensível e empe<strong>de</strong>rnido, ainda que não seja um<br />

franco inimigo <strong>de</strong> Deus. É ridícula a tentativa dos papisas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir<br />

nesta passagem sua doutrina favorita da liberda<strong>de</strong> da vonta<strong>de</strong>. É<br />

preciso notar, em primeiro lugar, que todos os corações humanos são<br />

naturalmente insensíveis e empe<strong>de</strong>rnidos; pois a Escritura não fala<br />

<strong>de</strong>sse fato como uma doença peculiar a uns poucos, mas uma característica<br />

geral <strong>de</strong> todo o gênero humano [Ez 37.26]. É uma <strong>de</strong>pravação<br />

congênita; e é ainda voluntária; não somos insensíveis da mesma forma<br />

que o são as pedras; 21 e o homem que não se <strong>de</strong>ixa governar pela<br />

Palavra <strong>de</strong> Deus faz com que seu coração, que era insensível antes,<br />

se torne ainda mais insensível e ainda mais convicto <strong>de</strong> seu próprio<br />

senso e sentimento <strong>de</strong> obstinação. A conseqüência <strong>de</strong> forma alguma<br />

provém do fato <strong>de</strong> que a aquiescência do coração – um coração indiferentemente<br />

flexível em qualquer direção – está em nosso comando. 22<br />

A vonta<strong>de</strong> do homem, através da corrupção natural, é totalmente inclinado<br />

para o mal; ou, falando <strong>de</strong> modo mais apropriado, é levado <strong>de</strong><br />

21 “Combien qu’une telle perversite nous soit naturelle, toutesfois prource qu’elle est voluntaire,<br />

et que nous ne sommes pas insensibles comme les pierres.” – v.f.<br />

22 “Il ne s’ensuit pas neantmoins qu’il soit en nostre puissance d’amollir nostre cœur, ou <strong>de</strong> le<br />

flechir en l’une et l’autre part.” – v.f.

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