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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 93 • 493<br />

3. Os rios levantaram, ó Jehovah! Vários significados têm<br />

sido anexados a este versículo. Há quem pensa haver aqui uma<br />

alusão aos assaltos violentos promovidos contra a Igreja por seus<br />

inimigos, e a bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus é vista como a restringi-los. 6 Outros<br />

são <strong>de</strong> opinião que as palavras <strong>de</strong>vam ser tomadas literalmente,<br />

e não figuradamente, neste sentido: Ainda que o ruído das muitas<br />

águas seja terrível, e as ondas do mar ainda mais terríveis, todavia<br />

Deus é ainda muito mais terrível que todas elas. Não pretendo<br />

insistir com minúcias <strong>de</strong>masiadas sobre qualquer comparação<br />

que po<strong>de</strong>ria estar implícita. Não tenho dúvida <strong>de</strong> que o salmista<br />

queria realçar o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus adicionando uma breve ilustração<br />

das muitas que po<strong>de</strong>riam ser apresentadas, 7 insinuando que não<br />

precisamos ir longe <strong>de</strong>mais para divisar um exemplo notável do<br />

po<strong>de</strong>r divino – um que pu<strong>de</strong>sse impressionar-nos com a noção <strong>de</strong><br />

sua tremenda majesta<strong>de</strong> – mais que os dilúvios e as agitações do<br />

oceano; como no Salmo 29.4, diz-se que a po<strong>de</strong>rosa voz <strong>de</strong> Deus<br />

está no trovão. Deus manifesta seu po<strong>de</strong>r no som dos rios e nas<br />

ondas tempestuosas do mar, <strong>de</strong> uma forma calculada com vistas a<br />

excitar nosso reverente temor. É preciso ter em mente que há aqui<br />

uma comparação intencional, e assim a última frase do versículo<br />

francesa é diferente: “A ta maison est donc magnificence: la sainctete du Seigneur est pour un long<br />

temps.” “Para tua casa, pois, há glória; a santida<strong>de</strong> do Senhor é por uma extensão <strong>de</strong> tempo.” Na<br />

versão anterior, a santida<strong>de</strong> é representada como sendo a verda<strong>de</strong>ira glória e ornamento da casa<br />

<strong>de</strong> Deus; na última, ela é <strong>de</strong>scrita como o atributo <strong>de</strong> Deus.<br />

6 O Dr. Morison, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> emitir a opinião <strong>de</strong> Mudge, o qual pensa que este Salmo foi composto<br />

por ocasião <strong>de</strong> alguma inundação violenta, a qual ameaçou uma confusão geral no mundo, acrescenta:<br />

“É mais provável, talvez, que os rios aqui mencionados sejam inteiramente figurativos; e<br />

que eles representam na linguagem oriental aqueles po<strong>de</strong>rosos inimigos por meio <strong>de</strong> quem a paz<br />

<strong>de</strong> Davi e da Igreja antiga fosse tão amiú<strong>de</strong> perturbada. Mas ainda que os rios fossem elevados às<br />

alturas e ameaçassem <strong>de</strong>struir aqueles que estavam a seu alcance, todavia Jehovah era visto, por<br />

assim dizer, cavalgando sobre seus mais tempestuosos vagalhões e no meio <strong>de</strong> seu mais po<strong>de</strong>roso<br />

tumulto, seu trono era inabalável e seu reino inamovível.” Em apoio <strong>de</strong>ste ponto <strong>de</strong> vista, ele<br />

evoca outras passagens da Escritura, como Isaías 8.7, 8; 17.12, 13; on<strong>de</strong> os inimigos confe<strong>de</strong>rados<br />

da Igreja <strong>de</strong> Deus são comparados a tempestuosas ondas do po<strong>de</strong>roso oceano, as quais rodopiam<br />

umas após as outras como incansável fúria no torvelinho que envolve o veleiro.<br />

7 “Non dubito quin Propheta quasi per hypotyposin Dei potentiam hic nobis exprimat.” “Comme<br />

par une <strong>de</strong>monstration.” – Em francês Hypotyposis significa estritamente os primeiros rascunhos<br />

<strong>de</strong> uma pintura.

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