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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 92 • 483<br />

ridículo invejar a felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas que vivam con<strong>de</strong>nadas a ser<br />

rapidamente <strong>de</strong>struídas e <strong>de</strong> quem se po<strong>de</strong> dizer que hoje florescem<br />

e amanhã são cortadas e murcham [Sl 129.6]. Mostrar-se-á quando<br />

consi<strong>de</strong>rarmos o Salmo ora citado que as ervas a que os ímpios são<br />

comparados são aquelas que crescem nos tetos das casas, as quais carecem<br />

<strong>de</strong> solo profundo e morrem por si sós por falta <strong>de</strong> nutrição. Na<br />

passagem que ora temos diante dos olhos, o salmista se satisfaz com<br />

simplesmente usar a figura <strong>de</strong> que a prosperida<strong>de</strong> dos ímpios arrasta<br />

após si uma <strong>de</strong>struição mais rápida do que a grama quando alcança<br />

o tamanho próprio para o uso da sega<strong>de</strong>ira. Há também uma antítese<br />

<strong>de</strong>lineada entre a brevida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua continuida<strong>de</strong> e a eterna <strong>de</strong>struição<br />

que os aguarda; pois não lemos que sejam cortados para <strong>de</strong>pois florescerem<br />

outra vez, como as plantas que murcham e <strong>de</strong>pois recuperam<br />

seu vigor; ao contrário, serão con<strong>de</strong>nados à eterna <strong>de</strong>struição. 7 Ao dizer<br />

que Deus se assenta exaltado para sempre, para alguns significa<br />

que Deus <strong>de</strong>tém o po<strong>de</strong>r e o ofício <strong>de</strong> governar o mundo, e que não po<strong>de</strong>mos<br />

ter certeza <strong>de</strong> que nada po<strong>de</strong> acontecer por acaso quando um<br />

governante e administrador tão justo mantém sob controle as ativida<strong>de</strong>s<br />

do mundo. Vários outros significados têm sido apresentados. Mas<br />

a mim parece que o salmista compara a estabilida<strong>de</strong> do trono <strong>de</strong> Deus<br />

com o caráter flutuante e mutável <strong>de</strong>ste mundo, lembrando-nos que<br />

não <strong>de</strong>vemos julgá-lo [a Deus] pelo que vemos no mundo, on<strong>de</strong> nada<br />

há <strong>de</strong> fixo e <strong>de</strong> natureza durável. Deus imperturbavelmente olha para<br />

baixo, lá das alturas celestiais, para todo o cenário terreno das coisas<br />

mutáveis, as quais nem afetam nem têm qualquer relação com ele. E<br />

isso o salmista apresenta não com outro intuito senão simplesmente<br />

para ensinar-nos a distinguir Deus <strong>de</strong> suas criaturas e atribuir a <strong>de</strong>vida<br />

honra a sua majesta<strong>de</strong>. Ele quer que aprendamos em nossas contemplações<br />

a maravilhosa e misteriosa providência <strong>de</strong> Deus, com o fim <strong>de</strong><br />

elevar nossas concepções acima <strong>de</strong> nós mesmos e <strong>de</strong>ste mundo, visto<br />

7 “Comme s’il disoit qu’ils ne sont point retranchez, afin que sur le prim-temps ils rejettent<br />

<strong>de</strong>rechef, ainsi que les herbes mortes reprenent nouvelle vigueur, mais qu’ils sout condamnez à<br />

perdition eternelle.” – v.f.

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