31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Salmo 92 • 481<br />

veitar a ocasião da paciência divina para <strong>de</strong>senfrear-se em excessos<br />

adicionais, dando a impressão <strong>de</strong> haver escapado <strong>de</strong> sua mão. A tentação<br />

é agravada por essa estupi<strong>de</strong>z e cegueira <strong>de</strong> coração que nos leva<br />

a imaginar que Deus não mais exerce sua superintendência sobre o<br />

mundo e se assenta ociosamente no céu. Sabe-se também que tão logo<br />

nos dispomos a mergulhar nas angústias da carne. O salmista, pois,<br />

intencionalmente seleciona este como um caso no qual ele pu<strong>de</strong>sse<br />

mostrar o vigilante cuidado que Deus exerce sobre a família humana.<br />

Ele começa usando a linguagem exclamativa, pois tal é nossa terrível<br />

indisposição e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m em <strong>de</strong>corrência das quais nosso entendimento<br />

se confun<strong>de</strong>, que não po<strong>de</strong>mos compreen<strong>de</strong>r o método das obras<br />

<strong>de</strong> Deus, mesmo quando ele seja bem evi<strong>de</strong>nte. Devemos observar que<br />

o escritor inspirado não está falando aqui da obra <strong>de</strong> Deus na criação<br />

dos céus e da terra, nem <strong>de</strong> seu governo provi<strong>de</strong>ncial no mundo em<br />

geral, mas tão-somente dos juízos que ele exerce entre os homens. Ele<br />

<strong>de</strong>nomina as obras <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s, e seus pensamentos <strong>de</strong> profundos,<br />

porquanto ele governa o mundo <strong>de</strong> uma maneira que vai além do<br />

que somos capazes <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r. Estivessem as coisas sob nossa<br />

própria administração, e inverteríamos totalmente a or<strong>de</strong>m que Deus<br />

observa; e, visto esse não ser o caso, perversamente polemizamos<br />

com Deus por ele não apressar-se em socorrer incontinenti os justos<br />

e em castigar os perversos. Choca-nos como sendo, no mais elevado<br />

grau, inconsistente com as perfeições <strong>de</strong> Deus o fato <strong>de</strong> eles se precipitarem<br />

sem freio aos mais ousados atos <strong>de</strong> iniqüida<strong>de</strong>; e quando<br />

perseguem <strong>de</strong>senfreadamente o bom e o inocente, digo que em nossa<br />

percepção é como se fosse tolerável a Deus sujeitar seu próprio povo à<br />

injustiça e violência dos perversos, enquanto não põe nenhum freio à<br />

proliferação da falsida<strong>de</strong>, da frau<strong>de</strong>, da rapinagem, do <strong>de</strong>rramamento<br />

<strong>de</strong> sangue e todo gênero <strong>de</strong> monstruosida<strong>de</strong>. Por que ele suporta que<br />

sua verda<strong>de</strong> seja obscurecida e seu santo nome, tripudiado? É aqui<br />

que sobressai a gran<strong>de</strong>za da operação divina, a profun<strong>de</strong>za do conselho<br />

divino sobre cuja administração o salmista se <strong>de</strong>ixa fascinar. Sem<br />

a menor sombra <strong>de</strong> dúvida, há uma incompreensível profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!