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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 91 • 469<br />

dos membros da Igreja em geral; e todavia o diabo não torceu as palavras<br />

quando, em sua tentação no <strong>de</strong>serto, as aplicou particularmente<br />

a Cristo. É verda<strong>de</strong> que ele está constantemente buscando perverter<br />

e corromper a verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus; mas, no que diz respeito a princípios<br />

gerais, ele po<strong>de</strong> pôr verniz enganoso nas coisas e passar-se por um<br />

teólogo suficientemente perspicaz. É preciso consi<strong>de</strong>rar que, quando<br />

toda nossa família humana se viu banida do favor divino, <strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong><br />

ter algo em comum com os anjos e <strong>de</strong> ter eles qualquer comunicação<br />

conosco. Foi Cristo, tão-somente ele, que, ao remover o muro <strong>de</strong> separação,<br />

reconciliou os anjos conosco; sendo este seu ofício peculiar,<br />

como observa o apóstolo [Ef 1.10], <strong>de</strong> congregar em um só corpo o<br />

que fora disperso no céu e na terra. Isso foi representado ao santo patriarca<br />

Jacó sob a figura <strong>de</strong> uma escada [Gn 28.12]; e, em alusão ao fato<br />

<strong>de</strong> sermos unidos em um só corpo coletivo com os anjos, Cristo disse:<br />

“vereis o céu aberto, e os anjos <strong>de</strong> Deus subindo e <strong>de</strong>scendo sobre o<br />

Filho do homem” [Jo 1.51].<br />

O salmista acrescenta: em todos teus caminhos, no plural, com<br />

o intuito <strong>de</strong> comunicar-nos mais distintamente que, seja para on<strong>de</strong><br />

formos, po<strong>de</strong>mos esperar que os anjos terão sempre estendida sobre<br />

nós sua vigilância. O curso <strong>de</strong> nossa vida está sujeito a muitos<br />

percalços e mudanças, e quem po<strong>de</strong> contar todas as tormentas<br />

pelas quais estamos sujeitos a passar? Era necessário, pois, saber<br />

que os anjos presi<strong>de</strong>m todas as ações e propósitos particulares, e<br />

assim assegurar-se <strong>de</strong> seu salvo-conduto em todos os quadrantes<br />

para os quais porventura sejamos chamados. Entretanto, esta expressão,<br />

teus caminhos, com toda probabilida<strong>de</strong> tinha a intenção<br />

<strong>de</strong> impelir-nos à <strong>de</strong>vida pon<strong>de</strong>ração e modéstia e exortar-nos a não<br />

tentar a Deus com algum passo precipitado, bem como admoestar-<br />

-nos a nos mantermos <strong>de</strong>ntro dos limites <strong>de</strong> nossa própria vocação.<br />

Pois agiríamos <strong>de</strong> forma irresponsável e tentaríamos fazer coisas<br />

que a promessa divina não nos autoriza empreen<strong>de</strong>r, aspirando o<br />

que é presunçoso e oposto à vonta<strong>de</strong> divina; por isso não <strong>de</strong>vemos<br />

esperar que os anjos se façam ministros e patrocinadores <strong>de</strong> nos-

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