31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Salmo 90 • 455<br />

suma, somente os fiéis são sensíveis à ira <strong>de</strong> Deus; e sendo dominados<br />

por ela, reconhecem que nada são, e com verda<strong>de</strong>ira humilda<strong>de</strong><br />

se <strong>de</strong>votam totalmente a ele. Esta é a sabedoria que os réprobos não<br />

conseguem obter, porque não renunciam o orgulho com que se <strong>de</strong>ixam<br />

inflar. Não se <strong>de</strong>ixam tocar com o senso da ira divina, porque não sentem<br />

nenhum temor por ele.<br />

12. Ensina-nos então a contar nossos dias. Alguns traduzem o<br />

número <strong>de</strong> nossos dias, o que resulta no mesmo sentido. Como Moisés<br />

percebeu que o que ele até então ensinou não é compreendido pelo<br />

entendimento dos homens enquanto Deus não fizer resplan<strong>de</strong>cer nele<br />

seu Espírito, agora ele se põe a orar. De fato à primeira vista parece<br />

absurdo orar para que aprendamos a contar nossos anos. Visto que<br />

mesmos os mais robustos mal chegam à ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oitenta anos, existe<br />

alguma dificulda<strong>de</strong> em computar uma soma tão pequena? As crianças<br />

apren<strong>de</strong>m a contar tão logo começam a balbuciar; e não precisam <strong>de</strong><br />

professor <strong>de</strong> matemática para capacitá-las a contar com os <strong>de</strong>dos até<br />

cem. Tão mais <strong>de</strong>sagradável e mais vergonhosa é nossa estupi<strong>de</strong>z em<br />

nunca discernir o curto espaço <strong>de</strong> nossa vida. Ainda o mais habilidoso<br />

em matemática, e aquele que po<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>r com precisão<br />

uma investigação e acuradamente chegar a milhões e milhões, não<br />

obstante é incapaz <strong>de</strong> contar oitenta anos <strong>de</strong> sua própria vida. Seguramente<br />

é algo monstruoso que os homens meçam todas as distâncias<br />

fora <strong>de</strong>les mesmos, saibam a quantos quilômetros está a lua distante<br />

do centro da terra, que espaço há entre os diferentes planetas; e, em<br />

suma, que possam medir todas as dimensões tanto do céu quanto da<br />

terra; enquanto que, não obstante, não po<strong>de</strong>m contar setenta anos em<br />

seu próprio caso. É, pois, evi<strong>de</strong>nte que Moisés teve boas razões para<br />

rogar a Deus a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> efetuar o que requer uma sabedoria que<br />

é mui rara entre os seres humanos. A última sentença do versículo é<br />

também digna <strong>de</strong> especial observação. Por ela ele nos ensina que assim<br />

aplicamos realmente nossos coração à sabedoria, ou, seja, quando<br />

compreen<strong>de</strong>mos a brevida<strong>de</strong> da vida humana. O que po<strong>de</strong> ser prova<br />

maior <strong>de</strong> <strong>de</strong>mência do que tagarelar alguém sem qualquer objetivo

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!