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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 89 • 439<br />

sustentar sua própria causa, visto que todos os opróbrios pelos quais<br />

a simplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossa fé é mantida é mais para repelir por si só o escárnio<br />

do que para rogar-lhe que faça isso, porque é ferido na pessoa<br />

<strong>de</strong> sua Igreja, conforme <strong>de</strong>clara em Isaías 37.23: “A quem afrontaste<br />

e blasfemaste? E contra quem alçaste a voz, e ergueste teus olhos ao<br />

alto? Contra o Santo <strong>de</strong> Israel.” Aquele perverso gatuno Rabsaqué cria<br />

que mofava tão-somente da miséria dos ju<strong>de</strong>us a quem sitiava, e <strong>de</strong><br />

cuja rendição em suas mãos ele cria logo seria testemunha; Deus, porém,<br />

consi<strong>de</strong>rou como se ele mesmo fosse o objeto do assalto daquele<br />

homem perverso. Por essa conta também, o profeta chama esses inimigos<br />

<strong>de</strong> seu povo, os inimigos <strong>de</strong> Deus; ou, seja, uma vez perseguindo<br />

a Igreja com hostilida<strong>de</strong> mortal, na verda<strong>de</strong> estavam agredindo a própria<br />

majesta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus sob cuja proteção a Igreja fora posta.<br />

Na segunda sentença, as pegadas do Messias ou Cristo, significa a<br />

vinda <strong>de</strong> Cristo, como se acha escrito em Isaías 52.7: “Quão formosos<br />

são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas-novas, que faz<br />

ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que<br />

diz a Sião: Teu Deus reina!” A palavra hebraica bqu, akeb, às vezes<br />

significa o calcanhar; aqui, porém, como em muitas outras passagens,<br />

ela significa a sola do pé. Outros a traduzem por passo ou pisada, mas<br />

isso transmite exatamente o mesmo sentido. Não po<strong>de</strong> haver dúvida<br />

<strong>de</strong> que pisada, por meio <strong>de</strong> sinédoque, é empregada para <strong>de</strong>notar os<br />

pés; e uma vez mais, por meio dos pés, <strong>de</strong> acordo com a metonímia,<br />

significa a vinda <strong>de</strong> Cristo. O perverso, observando que os ju<strong>de</strong>us<br />

a<strong>de</strong>riam à esperança <strong>de</strong> re<strong>de</strong>nção, e pacientemente suportavam todas<br />

as adversida<strong>de</strong>s em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> um libertador ser-lhes prometido,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhosamente ridicularizavam sua paciência, como se tudo o que<br />

profeta testificava sobre a vinda <strong>de</strong> Cristo não passasse <strong>de</strong> fábula. 41<br />

41 Ou, como se nosso Re<strong>de</strong>ntor fosse trôpego, cocho ou aleijado, e sua Igreja nunca visse seus<br />

passos. Com isso concorda a paráfrase caldaica: “A lentidão dos passos dos pés <strong>de</strong> teu Messias ou<br />

Ungido.” Kimchi traduz assim: “a <strong>de</strong>longa do Messias”; “sendo o discurso”, observa ele, “dos que<br />

dizem que ele nunca virá.” Um estilo similar <strong>de</strong> linguagem tem sido empregado pelos inimigos do<br />

evangelho, como Calvino continua a observar, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhosamente perguntavam nos dias dos<br />

apóstolos, e que ainda perguntam: “On<strong>de</strong> está a promessa <strong>de</strong> sua vinda?” [2Pe 3.4].

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