31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Salmo 89 • 433<br />

[vv. 46-48]<br />

Até quando, ó Jehovah, ocultar-te-ás para sempre? Tua fúria esbraseará<br />

como fogo? Lembra-te <strong>de</strong> que ida<strong>de</strong> eu tenho! 36 Por que criarias <strong>de</strong>bal<strong>de</strong><br />

todos os filhos dos homens? 37 Que homem há que viva e não veja a morte?<br />

Ele livrará sua alma [ou vida] da mão da sepultura? 38 Selah.<br />

46. Até quando, ó Jehovah, ocultar-te-ás para sempre? Após<br />

haver <strong>de</strong>rramado suas queixas com respeito ao triste e calamitoso<br />

estado da Igreja, o salmista agora volve à oração. Daí se segue que a<br />

linguagem <strong>de</strong> lamento a que ele até aqui se entregara, embora emanada<br />

do senso carnal, estava, não obstante, jungida à fé. Os incrédulos,<br />

na agitação da angústia, po<strong>de</strong>m às vezes envolver-se em oração, todavia<br />

seja o que peçam proce<strong>de</strong> <strong>de</strong> lábios fingidos. O profeta, porém, ao<br />

conectar oração com lamentos, dá testemunho <strong>de</strong> que nunca per<strong>de</strong>ra<br />

sua confiança na veracida<strong>de</strong> das promessas divinas. Com respeito a<br />

essa forma <strong>de</strong> expressão, Até quando, para sempre?, já discorremos<br />

no Salmo 79.5, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstramos que ela <strong>de</strong>nota uma longa e contínua<br />

sucessão <strong>de</strong> calamida<strong>de</strong>s. Além do mais, ao perguntar: Até quando<br />

Deus se ocultará?, ele insinua que tudo estará bem assim que Deus tiver<br />

prazer em contemplar seu povo eleito com um semblante benigno.<br />

Na segunda sentença do versículo, ele menciona uma vez mais a razão<br />

por que Deus não se dignava a contemplá-los com favor paternal, a<br />

36 “’Lembra-te <strong>de</strong> que ida<strong>de</strong> ou tempo <strong>de</strong> vida eu tenho.’ Ou: ‘quão fugaz’, dlj (por meio <strong>de</strong> uma<br />

transposição das letras <strong>de</strong> ldj, ele cessou), <strong>de</strong>nota o tempo presente se esvaindo rapidamente.<br />

Ou, a breve carreira <strong>de</strong> nossa vida; ou <strong>de</strong>ste mundo: ‘a forma do qual passa’ [1Co 7.31].” – Bythner.<br />

37 Ainsworth traduz assim: “Oh, lembro-te <strong>de</strong> quão transitório eu sou; a que fútil estado<br />

criaste todos os filhos <strong>de</strong> Adão.”<br />

38 Este apelo em referência à universalida<strong>de</strong> da morte e a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> evitá-la, encontra<br />

uma pronta resposta no seio <strong>de</strong> cada filho <strong>de</strong> Adão, por mais elevada ou humil<strong>de</strong> seja sua sorte. E,<br />

quando a morte uma vez tenha se assenhoreado <strong>de</strong> sua vítima, toda a saú<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>r e capacida<strong>de</strong><br />

do mundo não conseguem escapar às garras <strong>de</strong> seu domínio. As admiráveis linhas <strong>de</strong> Gray, em sua<br />

célebre Elegia, fornecem um notável comentário a este versículo:<br />

“A vanglória da heráldica, a pompa do po<strong>de</strong>r,<br />

E tudo o que é belo, tudo o que a riqueza oferece,<br />

Aguardam igualmente a hora inevitável:<br />

As veredas da glória só conduzem ao túmulo.<br />

Po<strong>de</strong> a urna <strong>de</strong>positada, ou o peito animado,<br />

<strong>Vol</strong>tar a suas mansões para reclamar o fôlego fugaz?

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!