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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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432 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

da da flor da juventu<strong>de</strong>, e tão exausto com a ida<strong>de</strong> ainda antes <strong>de</strong><br />

alcançar o período da virilida<strong>de</strong>. 35 Essa exposição po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada<br />

como não improvável; mas é preciso observar ainda, a fim<br />

<strong>de</strong> termos uma compreensão mais clara da mente do profeta, que<br />

ele não fala exclusivamente <strong>de</strong> um só indivíduo, senão que compara<br />

o estado do reino à vida <strong>de</strong> um homem. Sua queixa, pois, equivale<br />

a isto: Deus levou o reino ao envelhecimento precoce, e finalmente<br />

à <strong>de</strong>terioração, antes mesmo <strong>de</strong> haver alcançado o estado <strong>de</strong><br />

plena maturida<strong>de</strong>; seu <strong>de</strong>stino se assemelha ao <strong>de</strong> um jovem que,<br />

enquanto ainda se <strong>de</strong>senvolve em força e vigor, é arrebatado por<br />

morte violenta antes do tempo. Tal similitu<strong>de</strong> é mui apropriada;<br />

pois o reino, se compararmos seu estado naquele período com a<br />

promessa divina, mal chegara a sua florescência quando, em meio a<br />

seus primeiros progressos, subitamente se vê ferido com uma grave<br />

<strong>de</strong>cadência, seu frescor e beleza esfacelados e, por fim, se <strong>de</strong>svaneceu.<br />

Além do mais, é preciso ter em mente o que previamente<br />

afirmamos, a saber: quando o profeta se queixa <strong>de</strong> que o resultado<br />

não correspon<strong>de</strong> à promessa, ou não é tal como a promessa levou<br />

o povo eleito a esperar, com isso ele não acusa a Deus <strong>de</strong> falsida<strong>de</strong>,<br />

mas realça sua aparente discrepância com outro propósito – animar-se,<br />

partindo da consi<strong>de</strong>ração das promessas divinas, a chegar<br />

ao trono da graça com maior confiança e ousadia; e, enquanto insiste<br />

sobre essa dificulda<strong>de</strong> diante <strong>de</strong> Deus, ele estava plenamente<br />

persuadido <strong>de</strong> que era impossível que ele não se mostrasse fiel a<br />

sua palavra. Como a maioria dos homens sorve sua dor e a guarda<br />

em seu peito, visto que se <strong>de</strong>sesperam na tentativa <strong>de</strong> extrair<br />

algum benefício da oração, assim os verda<strong>de</strong>iros cristãos, quanto<br />

mais franca e familiarmente apelam para Deus em atenção a suas<br />

promessas, mais corajosamente se digladiam contra sua <strong>de</strong>sconfiança<br />

e se animam na esperança <strong>de</strong> um resultado favorável.<br />

35 Alguns dos intérpretes ju<strong>de</strong>us <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m esse ponto <strong>de</strong> vista e supõem que a alusão era ao<br />

rei Jeoaquim [2Rs 24.8]. Kennicott infere da expressão “Abreviaste os dias <strong>de</strong> sua juventu<strong>de</strong>”, que<br />

esta porção do Salmo se refere a Acaz, que morreu aos trinta e seis anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.

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