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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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422 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

nos cerquem, assim o perdão que é aqui prometido pertence ao reino<br />

espiritual <strong>de</strong> Cristo; e po<strong>de</strong> ser igualmente <strong>de</strong>duzido <strong>de</strong>sta passagem,<br />

a saber: que a salvação da Igreja <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> unicamente da graça <strong>de</strong><br />

Deus e da veracida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas promessas. Se porventura alguém objetar,<br />

dizendo que aqueles que são regenerados pelo Espírito <strong>de</strong> Deus<br />

nunca apostatam totalmente, visto que a semente incorruptível da<br />

palavra resi<strong>de</strong> neles, admito ser esta uma importante verda<strong>de</strong>. Entretanto,<br />

a referência aqui não é a uma apostasia completa – nem está<br />

implícita a inteira extinção <strong>de</strong> santida<strong>de</strong> no indivíduo culpável <strong>de</strong>la.<br />

Mas às vezes ocorre que os fiéis se <strong>de</strong>svencilham do jugo divino e<br />

se precipitam em pecado <strong>de</strong> tal sorte que o temor chega a aparentar<br />

como se fora extinto <strong>de</strong>les; e sendo esse o caso, era necessário que<br />

ele prometesse o perdão até mesmo <strong>de</strong> pecados hediondos, para que<br />

eles não caíssem esmagados pelo <strong>de</strong>sespero. Assim Davi parecia, em<br />

sua aparência externa, estar totalmente privado do Espírito <strong>de</strong> Deus,<br />

a quem ele ora para que fosse restaurado. A razão por que Deus imprime<br />

esperança <strong>de</strong> perdão mesmo por transgressões <strong>de</strong>testáveis e<br />

mortais é para que a enormida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossos pecados não nos conserve<br />

<strong>de</strong> costas ou a impedir-nos <strong>de</strong> buscar a reconciliação que ele<br />

oferece. À luz disso somos levados a con<strong>de</strong>nar a in<strong>de</strong>vida severida<strong>de</strong><br />

dos pais que tinham escrúpulo <strong>de</strong> receber mediante arrependimento<br />

àqueles que tinham fracassado segunda e terceira vez. Aliás, é preciso<br />

tomar o <strong>de</strong>vido cuidado para que, pelo uso <strong>de</strong> <strong>de</strong>masiada paciência,<br />

não se perca as ré<strong>de</strong>as que impe<strong>de</strong>m os homens <strong>de</strong> cometerem tão<br />

graves iniqüida<strong>de</strong>s. Não há, porém, menos perigo num extremo grau<br />

<strong>de</strong> rigor. É preciso observar que, quando Deus <strong>de</strong>clara que se mostrará<br />

misericordioso para com os pecadores que têm violado sua lei<br />

e quebrantado seus mandamentos, ele propositadamente emprega<br />

esses odiosos termos para incitar-nos a odiar e a <strong>de</strong>testar o pecado<br />

e a não <strong>de</strong>ixar-nos seduzir por sua prática. Entretanto, <strong>de</strong>vemos ainda<br />

enten<strong>de</strong>r a passagem como equivalente a isto: que embora os fiéis<br />

nem sempre ajam <strong>de</strong> uma maneira digna da graça <strong>de</strong> Deus, e portanto<br />

mereçam ser rejeitados por ele, todavia ele lhes será misericordioso,

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