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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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418 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

que os reis da terra, ainda que empunhem o cetro sobre uma extensão<br />

mais ampla do país. Portanto, foi um privilégio peculiar um único<br />

rei neste mundo ser chamado o Filho <strong>de</strong> Deus. Do contrário teria o<br />

apóstolo raciocinado não só inconclu<strong>de</strong>ntemente, mas também absurdamente,<br />

ao citar este texto como prova da doutrina <strong>de</strong> que Cristo é<br />

superior aos anjos: “Ser-lhe-ei por Pai, e ele me será por Filho” [Hb<br />

1.5]. Anjos e reis, bem como todos os que são regenerados pelo Espírito<br />

<strong>de</strong> adoção, são chamados filhos <strong>de</strong> Deus; Davi, porém, quando Deus<br />

lhe promete tomá-lo por seu filho, é, por uma singular prerrogativa,<br />

elevado acima <strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>mais a quem se aplica esta <strong>de</strong>signação.<br />

Isso é ainda mais evi<strong>de</strong>nte à luz do versículo seguinte, no qual ele é<br />

chamado primogênito <strong>de</strong> Deus, porque ele se eleva acima <strong>de</strong> todos os<br />

reis da terra; e esta é uma honra que transcen<strong>de</strong> a toda dignida<strong>de</strong>,<br />

tanto dos homens quanto dos anjos. Se alguém objetar, dizendo que<br />

Davi, não passando <strong>de</strong> um mero mortal, não podia igualar-se aos anjos,<br />

a resposta óbvia é que, se for consi<strong>de</strong>rado em si mesmo, então ele com<br />

justiça não po<strong>de</strong>rá ser elevado no mesmo nível <strong>de</strong> excelência que eles;<br />

mas com proprieda<strong>de</strong> mais elevada ele po<strong>de</strong>, durante aquele tempo<br />

em que ele representou a pessoa <strong>de</strong> Cristo.<br />

28. E manterei minha misericórdia em seu favor para sempre.<br />

Vemos como Deus amiú<strong>de</strong> reitera que ele estabelecera o reino <strong>de</strong> Davi<br />

com o expresso <strong>de</strong>sígnio <strong>de</strong> firmá-lo para sempre. Ao pôr sua misericórdia<br />

em primeira or<strong>de</strong>m, e então acrescentar seu concerto, ele realça<br />

a causa <strong>de</strong>sse concerto, notificando numa palavra que ele é gratuito,<br />

e que sua graça é não só o fundamento sobre o qual ele [o concerto]<br />

repousa, mas também a causa por que ele é preservado inviolável.<br />

Significa que Deus será sempre misericordioso para com Davi, a fim<br />

<strong>de</strong> que seu concerto jamais falhe. À luz <strong>de</strong>sse fato segue-se que sua<br />

inviolabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do mero beneplácito <strong>de</strong> Deus. No versículo<br />

seguinte, Deus expressa o efeito <strong>de</strong> sua verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>clarando que a<br />

posterida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Davi se assentará para sempre no trono real. Nada havendo<br />

sob o céu <strong>de</strong> longa duração, os dias do céu é uma expressão<br />

empregada para <strong>de</strong>notar duração eterna. Don<strong>de</strong> se segue que esta

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