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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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410 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

15. Bem-aventurado o povo que conhece o som jubiloso. Aqui<br />

corre o mesmo fio <strong>de</strong> reflexão concernente à Igreja, não só porque os<br />

incrédulos sejam cegos para a consi<strong>de</strong>ração das obras <strong>de</strong> Deus, mas<br />

também porque o profeta não tem outro propósito em vista além <strong>de</strong><br />

inspirar os santos com boa esperança, para que confiem inteiramente<br />

em Deus e não sejam <strong>de</strong>sencorajados <strong>de</strong> ousadamente invocá-lo,<br />

movidos, porventura, por quaisquer adversida<strong>de</strong>s. Declara-se que são<br />

felizes aqueles a quem é dado regozijar-se em Deus; pois embora todos<br />

os homens em comum sejam sustentados e nutridos por sua liberalida<strong>de</strong>,<br />

todavia o sentimento <strong>de</strong> sua bonda<strong>de</strong> paternal está longe <strong>de</strong> ser<br />

experimentada por todos os homens <strong>de</strong> tal maneira que os capacite,<br />

<strong>de</strong> uma sólida persuasão <strong>de</strong> que ele lhes é favorável, a congratular-se<br />

com sua feliz condição. Portanto, é um singular privilégio que ele confere<br />

a seus escolhidos fazendo-os provar sua bonda<strong>de</strong>, para que assim<br />

sejam encorajados a dar vazão a sua alegria e júbilo. E, <strong>de</strong> fato, não<br />

há condição mais miserável do que a dos incrédulos quando, por sua<br />

brutal insensibilida<strong>de</strong>, pisoteiam os divinos benefícios que avidamente<br />

<strong>de</strong>voram; pois, quanto mais abundantemente Deus os sacia, mais<br />

estúpida é sua ingratidão. A verda<strong>de</strong>ira felicida<strong>de</strong>, pois, consiste em<br />

nossa apreensão da bonda<strong>de</strong> divina que, enchendo <strong>de</strong> júbilo nosso<br />

coração, nos estimula a louvar e a ren<strong>de</strong>r graças.<br />

O profeta em seguida prova, à luz dos efeitos, que são bem-aventurados<br />

os que, com júbilo e <strong>de</strong>leite, reconhecem ser Deus seu Pai,<br />

porque não só <strong>de</strong>sfrutam seus benefícios, mas também, confiando em<br />

seu favor, enfrentam toda a trajetória <strong>de</strong> sua vida em paz e tranqüilida<strong>de</strong><br />

mentais. Essa é a implicação <strong>de</strong> caminhando na luz do semblante<br />

<strong>de</strong> Deus: repousam em sua providência com inabalável persuasão<br />

<strong>de</strong> que ele exerce especial cuidado por nosso bem-estar, e vigia com<br />

eficiência para que o mesmo seja assegurado. As expressões, se regozijando<br />

em seu nome e se gloriando em sua justiça, têm o mesmo<br />

propósito. A idéia contida nelas é que os crentes acham em Deus base<br />

abundante, sim, mais que abundante, para alegrar-se e gloriar-se. A<br />

palavra diariamente parece <strong>de</strong>notar firme e inabalável perseverança;

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