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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 88 • 391<br />

proteção divina do que o estão os vivos. Inclusive o perverso Balaão,<br />

cujo propósito era converter a luz em trevas, foi, não obstante, constrangido<br />

a clamar: “Que minha alma morra a morte dos justos, e seja<br />

meu fim como o seu” [Nm 23.10]. Dizer, pois, que Deus não mais atenta<br />

para o homem <strong>de</strong>pois que este morre, parece mais a linguagem <strong>de</strong> um<br />

pagão. A isso se po<strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r: o profeta fala segundo a opinião da<br />

generalida<strong>de</strong> dos homens; assim como as Escrituras, <strong>de</strong> igual forma, ao<br />

tratar da providência divina, acomoda seu estilo ao estado do mundo<br />

como se apresenta aos olhos [humanos], porque nossos pensamentos<br />

só ascen<strong>de</strong>m ao mundo futuro e invisível começando dos primeiros<br />

<strong>de</strong>graus. Entretanto, creio que ele dava vazão às concepções confusas<br />

que surgiram na mente <strong>de</strong> um homem dominado pela aflição, e não<br />

porque tivesse um olho na opinião do ignorante e indouto. Tampouco<br />

surpreen<strong>de</strong> que um homem dotado com o Espírito <strong>de</strong> Deus se visse,<br />

por assim dizer, tão aturdido e estupefato quando a dor <strong>de</strong>le se assenhoreava,<br />

ao ponto <strong>de</strong> permitir que palavras <strong>de</strong>stituídas <strong>de</strong> sabedoria<br />

escapasse <strong>de</strong> seus lábios. Embora a fé na verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> que Deus esten<strong>de</strong><br />

seu cuidado tanto aos vivos quanto aos mortos esteja profundamente<br />

arraigada nos corações <strong>de</strong> todos seus servos genuínos, todavia a dor<br />

às vezes anuvia tanto suas mentes ao ponto <strong>de</strong> eliminar <strong>de</strong>les, por<br />

algum tempo, toda lembrança <strong>de</strong> sua providência. De uma leitura atenta<br />

das queixas <strong>de</strong> Jó percebemos que, quando as mentes dos santos<br />

estão preocupadas com o sofrimento, não se compenetram imediatamente<br />

da secreta providência <strong>de</strong> Deus, a qual, contudo, antes fora<br />

o tema <strong>de</strong> sua meticulosa meditação e cuja verda<strong>de</strong> foi esculpida em<br />

seus corações. Embora o profeta, pois, estivesse persuadido <strong>de</strong> que<br />

também os mortos estão sob a proteção divina, todavia, no primeiro<br />

paroxismo <strong>de</strong> sua dor, ele falou menos sabiamente do que <strong>de</strong>veria ter<br />

permitido; porque a luz da fé, por assim dizer, fora extinta <strong>de</strong>le, embora,<br />

como veremos, logo <strong>de</strong>pois brilhou outra vez. Isso será muitíssimo<br />

proveitoso à observação, a saber: se nos virmos em algum tempo enfraquecidos<br />

por tentações, po<strong>de</strong>mos, não obstante, ser guardados <strong>de</strong><br />

cair em <strong>de</strong>sespero ou pânico.

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