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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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376 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

que ele trata <strong>de</strong> Jerusalém, a cida<strong>de</strong> santa, a qual estava situada sobre<br />

os montes. Mas sinto-me surpreso que tenham se equivocado sobre<br />

um assunto tão óbvio. Sendo algo totalmente comum entre os hebreus<br />

expressar um relativo sem seu antece<strong>de</strong>nte, 3 não <strong>de</strong>vendo parecer<br />

abrupta ou estranha essa forma <strong>de</strong> expressão. O nome <strong>de</strong> Deus é<br />

mencionado um pouco <strong>de</strong>pois; e sabemos que ele em outras partes é<br />

representado como tendo fundado Jerusalém.<br />

Pela expressão os montes alguns enten<strong>de</strong>m o Moriá ou Sião, 4 que<br />

são os dois cumes <strong>de</strong> uma montanha fendida em duas; mas isso é forçado<br />

<strong>de</strong>mais. Como o país é montanhoso, <strong>de</strong>vemos antes enten<strong>de</strong>r o<br />

profeta como que tendo diante <strong>de</strong> seus olhos as várias montanhas vizinhas<br />

e contíguas que formam uma ca<strong>de</strong>ia ao redor <strong>de</strong> Jerusalém. Pois<br />

veremos em outro lugar que Jerusalém está cercada <strong>de</strong> montanhas [Sl<br />

125.2]. O significado genuíno e natural, pois, é que Deus escolheu os<br />

montes santos a fim <strong>de</strong> fundar e erigir sua cida<strong>de</strong> no meio <strong>de</strong>les. Pois<br />

um pouco mais adiante, no seguimento do tema, vêm a lume estas<br />

palavras: “O Altíssimo mesmo a estabelecerá.” Ele é, aliás, o fundador<br />

também <strong>de</strong> outras cida<strong>de</strong>s; todavia não lemos que ele tenha dito<br />

acerca <strong>de</strong> qualquer outra cida<strong>de</strong>: “Este é o meu repouso para sempre;<br />

aqui habitarei, pois eu o quis” [Sl 132.14]. Existe esta diferença<br />

que <strong>de</strong>ve ser sempre lembrada: que enquanto outras cida<strong>de</strong>s foram<br />

fundadas e construídas pela diretriz e po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus, meramente em<br />

virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu governo civil, Jerusalém foi seu santuário peculiar e sua<br />

se<strong>de</strong> régia. Isaías também usa uma forma semelhante <strong>de</strong> expressão:<br />

“O Senhor fundou Sião, e os pobres <strong>de</strong>ntre seu povo confiarão nela”<br />

[Is 14.32]. Além disso, embora todo o país da Judéia fosse consagrado<br />

a Deus, todavia <strong>de</strong>le se diz haver rejeitado todas as <strong>de</strong>mais cida<strong>de</strong>s e<br />

escolhido esta única para si na qual viesse a reinar. Aqui a questão não<br />

3 Como exemplos disso, vejam-se 2 Samuel 1.19, 25; Salmo 114.2; Cânticos <strong>de</strong> Salomão 1.2; Isaías<br />

23.1; 26.1, 3; 30.4; 41.2; 55.4; Jeremias 33.2; Lamentações 3.1; Naum 1.8.<br />

4 Warner, que adota esta opinião, observa: “Embora os montes ao redor <strong>de</strong> Jerusalém (Sl 125.2)<br />

fossem todos santos, por causa <strong>de</strong> sua proximida<strong>de</strong> da cida<strong>de</strong> santa, todavia os <strong>de</strong> Sião e Moriá (Sl<br />

48.2) eram mais especialmente assim, visto neles se acharem construídos o tabernáculo, o palácio<br />

<strong>de</strong> Davi e o templo <strong>de</strong> Salomão.”

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