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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 84 • 331<br />

do que vislumbrar o altar <strong>de</strong> Deus. Davi, pois, em primeiro lugar, com<br />

vistas a agravar a miséria <strong>de</strong> sua condição, compara-se com os pardais<br />

e andorinhas, mostrando quão difícil era para os filhos <strong>de</strong> Abraão se verem<br />

expulsos da herança que lhes fora prometida, enquanto pequenas<br />

aves encontravam um lugar ou outro para edificar seus ninhos. Ele podia,<br />

uma vez e outra, achar um asilo confortável, e podia ainda morar entre os<br />

incrédulos com algum grau <strong>de</strong> honra e bem-estar; porém, enquanto estivesse<br />

privado da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso ao santuário, era como se estivesse<br />

banido do mundo inteiro. Indubitavelmente, o próprio fim a que <strong>de</strong>vemos<br />

propor-nos viver é que estejamos engajados no serviço <strong>de</strong> Deus. A<br />

maneira como ele <strong>de</strong>manda que o sirvamos é espiritual; mas ainda é necessário<br />

fazermos uso daqueles auxílios externos os quais ele sabiamente<br />

<strong>de</strong>signou para nossa observância. Eis a razão pela qual Davi <strong>de</strong> repente<br />

se interrompe na exclamação: ó teus altares! tu, Jehovah dos Exércitos!<br />

Alguém po<strong>de</strong>ria dispor-se a dizer em referência a suas circunstâncias<br />

atuais, que havia muitos refúgios no mundo on<strong>de</strong> ele pu<strong>de</strong>sse viver em segurança<br />

e repouso, sim, que havia muitos que <strong>de</strong> bom grado o receberiam<br />

sob seu teto como um hóspe<strong>de</strong> honrado, e que, portanto, ele não tinha<br />

motivo para sentir-se tão profundamente angustiado. A isso ele respon<strong>de</strong><br />

que preferiria antes renunciar ao mundo inteiro do que continuar num estado<br />

<strong>de</strong> exclusão do santo tabernáculo; que não sentia prazer em nenhum<br />

lugar longe dos altares <strong>de</strong> Deus; e, em suma, que nenhuma habitação lhe<br />

era agradável fora dos limites da Terra Santa. Isso ele insinua pelo título<br />

que confere a Deus: meu Rei e meu Deus. Ao expressar-se <strong>de</strong>sse modo, ele<br />

nos dá a enten<strong>de</strong>r que sua vida era <strong>de</strong>sconfortável e amargurada, porque<br />

fora banido do reino <strong>de</strong> Deus. É como se ele dissesse: “Ainda que todos os<br />

homens contendam uns contra os outros em seu anseio <strong>de</strong> oferecer-me<br />

refúgio e diversão, todavia, visto seres o meu Rei, que <strong>de</strong>leite sentiria eu<br />

neste mundo enquanto for excluído do território da Terra Santa? E ainda:<br />

visto seres o meu Deus, a que fim eu viveria senão para buscar-te continuamente?<br />

Ora, quando me lançaste fora, não <strong>de</strong>sprezei eu cada lugar <strong>de</strong><br />

refúgio e <strong>de</strong>scanso que me foi oferecido, por mais aprazível e <strong>de</strong>leitoso<br />

parecesse a minha carne?”

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