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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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298 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

<strong>de</strong>m avidamente <strong>de</strong>sejar nossa <strong>de</strong>struição; porém são incapazes <strong>de</strong><br />

concretizar o que seus corações lhes propõem; sim, Deus humilha<br />

e avilta sua ferocida<strong>de</strong> e arrogância, ao ponto <strong>de</strong> se transmudarem<br />

em seres cordiais e mansos. O equivalente a tudo isso é que foi por<br />

culpa dos próprios israelitas que seus inimigos prevaleceram contra<br />

eles e insolentemente triunfaram sobre eles; enquanto que, tivessem<br />

continuado como humil<strong>de</strong>s e obedientes filhos <strong>de</strong> Deus, esses inimigos<br />

lhes estariam em estado <strong>de</strong> sujeição. Quando se diz, seu tempo<br />

teria sido eterno, 17 a expressão tem referência às promessas; e assim<br />

seria a abundância <strong>de</strong> trigo e <strong>de</strong> mel, com os quais teriam sido plenamente<br />

satisfeitos. Deus solenemente <strong>de</strong>clarara que seria seu protetor<br />

e guardião sempre até o fim. A mudança, pois, que tão abruptamente<br />

lhes sobreveio é posta diante <strong>de</strong>les como uma questão <strong>de</strong> opróbrio,<br />

visto que tinham <strong>de</strong>liberadamente renunciado <strong>de</strong> vez todo seu estado<br />

<strong>de</strong> felicida<strong>de</strong>. As mesmas observações são aplicáveis à frutificação da<br />

terra. Como é possível explicar que sofressem fome na terra em que<br />

Deus lhes prometera abundância <strong>de</strong> trigo e mel, senão pelo prisma<br />

<strong>de</strong> que as bênçãos <strong>de</strong> Deus lhes fora subtraídas em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua<br />

iniqüida<strong>de</strong>?<br />

A expressão, com o trigo mais suculento, 18 significa, metaforicamente,<br />

o grão integral, a menos que alguém ache preferível entendê-lo<br />

como sendo o trigo mais excelente. Alguns são <strong>de</strong> opinião que a expressão,<br />

mel da rocha, é hiperbólica, significando que o mel teria <strong>de</strong>ixado<br />

<strong>de</strong> satisfazer seu povo. Como, porém, é evi<strong>de</strong>nte à luz da história sacra<br />

que o mel era encontrado por toda parte nas fendas das rochas 19 en-<br />

17 “Seu tempo etc.; ou, seja, o tempo, a continuação, a prosperida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> meu povo teria sido<br />

durável.” – Warner.<br />

18 É uma frase usual os hebreus chamarem a parte mais valioso <strong>de</strong> todas <strong>de</strong> blj, cheleb, ‘abundância’.<br />

A palavra é usada com essa combinação em Deuteronômio 32.14; e é adotada novamente<br />

no Salmo 147.14 [“flor da farinha”]. Veja-se também Gênesis 45.18; Números 18.29; e Salmo 73.4. Os<br />

tradutores <strong>de</strong> nossa versão inglesa a traduziram aqui por “o mais fino trigo”.<br />

19 A Palestina era abundante em abelhas silvestres, as quais, vivendo nas cavida<strong>de</strong>s das rochas<br />

e nos buracos das árvores, forneciam mel em gran<strong>de</strong> abundância. A esse fato há freqüentes alusões<br />

na Escritura. Em Deuteronômio 32.13, Moisés, falando da bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus para com Israel,<br />

no cântico com que encerra sua longa e venturosa carreira, diz: “e o fez chupar mel da rocha.”

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