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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 80 • 271<br />

fumaça do incenso servia para purificar a atmosfera; mas os israelitas<br />

se queixam <strong>de</strong> que os céus estavam tão obscurecidos por uma fumaça<br />

diferente, que seus gemidos não chegavam a Deus.<br />

5. Tu nos alimentas com pão <strong>de</strong> lágrimas etc. Com essas formas<br />

<strong>de</strong> expressão, eles <strong>de</strong>screvem a profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua tristeza e a longa<br />

continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas calamida<strong>de</strong>s; como se quisessem dizer: Estamos<br />

tão saturados <strong>de</strong> tristeza, que não há como suportar mais. 4 Acrescentam,<br />

no versículo seguinte, que foram feitos uma contenda para<br />

seus vizinhos. Isso admite ser explicado <strong>de</strong> duas maneiras. Significa<br />

ou que seus vizinhos provocavam <strong>de</strong>savença contra eles, ou que, havendo<br />

obtido vitória sobre eles, contendiam entre si sobre o <strong>de</strong>spojo,<br />

como geralmente ocorria em tais circunstâncias, cada um avidamente<br />

puxando-o para si. A primeira interpretação, contudo, parece ser a<br />

mais a<strong>de</strong>quada. O povo se queixa <strong>de</strong> que, enquanto a vizinhança <strong>de</strong>via<br />

manter um vínculo <strong>de</strong> boa vonta<strong>de</strong> mútua, eles tinham tantos inimigos<br />

quanto vizinhos. No mesmo diapasão é sua linguagem na segunda sentença:<br />

motejam <strong>de</strong> nós entre si. Equivale dizer: falam entre si à guisa<br />

<strong>de</strong> esporte e <strong>de</strong>bocham <strong>de</strong> nossas adversida<strong>de</strong>s. Para encorajar-se e<br />

incitar-se ao arrependimento, atribuem tudo isso ao juízo divino, em<br />

cujo po<strong>de</strong>r está o encurvar os corações dos homens. Já que todos nós<br />

somos hoje culpados dos mesmos pecados, não surpreen<strong>de</strong> que nossa<br />

condição seja em nenhuma medida melhor que a <strong>de</strong>les. Tendo o Espírito<br />

Santo, porém, inspirado o profeta a escrever esta forma <strong>de</strong> oração<br />

para um povo que sentia ser sua condição quase <strong>de</strong>sesperadora, ela<br />

serve para inspirar-nos com esperança e ousadia, bem como para<br />

prevenir-nos contra a <strong>de</strong>sistência do exercício da oração, sob a consciência<br />

da gravida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossa culpa. O versículo sétimo é uma repetição<br />

do terceiro; e esta repetição é indubitavelmente intencional, sendo<br />

um meio <strong>de</strong> superar cada obstáculo. Deus não preten<strong>de</strong> aqui ditar a<br />

seu povo uma fútil repetição <strong>de</strong> palavras; seu objetivo era encorajá-<br />

4 “Não po<strong>de</strong> haver”, diz Horne, “um quadro mais chocante <strong>de</strong> Sião no cativeiro! Seu pão é<br />

ensopado <strong>de</strong> lágrimas; e seu cálice está cheio <strong>de</strong>las até as bordas; nunca está livre <strong>de</strong> tristeza e<br />

lamentação!”

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