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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 79 • 253<br />

uma impieda<strong>de</strong> inominável, a qual certamente tinha com razão provocado<br />

a ira <strong>de</strong> Deus contra esses inimigos – o profeta começa com<br />

eles e então passa a falar da matança dos santos. A atroz cruelda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ssas perseguições é realçada à luz da circunstância <strong>de</strong> que não só<br />

fizeram morrer os servos <strong>de</strong> Deus, mas também expuseram seus corpos<br />

mortos às feras do campo e às aves <strong>de</strong> rapina para que fossem<br />

<strong>de</strong>vorados, em vez <strong>de</strong> sepultá-los. Os homens sempre tiveram uma<br />

sacra consi<strong>de</strong>ração pelo sepultamento dos mortos, evitando privar<br />

até mesmo seus inimigos da honra da sepultura. 1 Don<strong>de</strong> se segue<br />

que, aqueles que se <strong>de</strong>leitaram barbaramente em contemplar os corpos<br />

dos mortos dilacerados e <strong>de</strong>vorados por feras, se assemelhavam<br />

mais a animais selvagens e cruéis do que a seres humanos. Demonstra-se<br />

também que esses perseguidores agiam mais atrozmente do<br />

que faziam os inimigos ordinários, porquanto não faziam mais conta<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>rramar sangue humano do que <strong>de</strong> entornar água [<strong>de</strong> um cântaro].<br />

À luz <strong>de</strong>ste fato apren<strong>de</strong>mos acerca <strong>de</strong> sua insaciável se<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

matança. Ao acrescentar: não houve ninguém que os sepultasse, isso<br />

<strong>de</strong>ve ser entendido como que se aplicando aos irmãos e parentes<br />

dos mortos. Os habitantes da cida<strong>de</strong> ficaram em extremo chocados<br />

com tal terror ante a carnificina indiscriminada perpetrada por esses<br />

implacáveis assassinos que surgiam em seu caminho, que ninguém<br />

ousava apresentar-se. Havendo Deus tencionado que, no sepultamento<br />

dos homens, houvesse algum testemunho em prol da ressurreição<br />

do último dia, era uma dupla indignida<strong>de</strong> para os santos serem eles<br />

usurpados <strong>de</strong>sse direito <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sua morte. Mas é possível que<br />

surgisse a pergunta: Conquanto Deus amiú<strong>de</strong> ameace os réprobos<br />

com esse tipo <strong>de</strong> castigo, por que quis ele que seu próprio povo fosse<br />

<strong>de</strong>vorado por feras? Devemos recordar o que já <strong>de</strong>claramos em<br />

outra parte, a saber: que os eleitos, tanto quanto os réprobos, estão<br />

sujeitos aos castigos temporários que pertencem somente à carne.<br />

1 Se este Salmo foi escrito na tomada <strong>de</strong> Jerusalém por Nabucodonosor, ou durante o cativeiro<br />

babilônico, à luz <strong>de</strong>ste versículo pareceria que quando os cal<strong>de</strong>us <strong>de</strong>struíram Jerusalém <strong>de</strong>ixavam<br />

os corpos dos mortos sem sepultura, para que fossem <strong>de</strong>vorados por feras e aves <strong>de</strong> rapina.

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