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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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252 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

ríodos. Tomemos, pois, como um ponto admitido que esta queixa<br />

foi ditada ao povo <strong>de</strong> Deus numa ocasião em que a Igreja estava<br />

sujeita a opressão e quando os negócios foram reduzidos à mais<br />

<strong>de</strong>sesperadora condição. Quão cruelmente os assírios se portaram<br />

é algo bem notório. E sob a tirania <strong>de</strong> Antíoco, se um homem ousasse<br />

simplesmente a abrir sua boca em <strong>de</strong>fesa da pureza do culto<br />

divino, o mesmo corria o risco <strong>de</strong> imediatamente per<strong>de</strong>r o direito<br />

à vida.<br />

[vv. 1-4]<br />

Ó Deus, os pagãos [ou as nações] entraram em tua herança; contaminaram<br />

o templo <strong>de</strong> tua santida<strong>de</strong>; reduziram Jerusalém a montões. Deram os<br />

corpos mortos <strong>de</strong> teus servos por comida às aves do céu; a carne <strong>de</strong> teus<br />

humil<strong>de</strong>s, às feras da terra. Derramaram seu sangue como água ao redor<br />

<strong>de</strong> Jerusalém, e não houve quem os sepultasse. Somos feitos opróbrio a<br />

nossos vizinhos; escárnio e zombaria aos que estão a nossa volta.<br />

1. Ó Deus, os pagãos entraram em tua herança. Aqui o profeta,<br />

na pessoa dos fiéis, se queixa <strong>de</strong> que o templo fora maculado e a cida<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>struída. No segundo e terceiro versículos, ele se queixa <strong>de</strong> que<br />

os santos tinham sido assassinados <strong>de</strong> forma indiscriminada, e que<br />

seus corpos mortos tinham sido exalados da face da terra e privados<br />

da honra da sepultura. Quase cada palavra expressa a cruelda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sses inimigos da Igreja. Quando se leva em conta que Deus havia<br />

escolhido a terra da Judéia para ser a possessão <strong>de</strong> seu próprio<br />

povo, parecia inconsistente com essa escolha abandoná-la à mercê<br />

das nações pagãs para que fossem ignominiosamente tripudiados<br />

e abandonados a seu bel-prazer. O profeta, pois, se queixa <strong>de</strong> que,<br />

quando os pagãos vieram à herança <strong>de</strong> Deus, a or<strong>de</strong>m da natureza foi,<br />

por assim dizer, invertida. A <strong>de</strong>struição do templo, da qual ele fala<br />

na segunda sentença, era ainda mais difícil <strong>de</strong> suportar; pois assim o<br />

serviço <strong>de</strong> Deus sobre a terra ficava extinto e a religião, <strong>de</strong>struída. E<br />

acrescenta que Jerusalém, que era o trono real <strong>de</strong> Deus, foi reduzida<br />

a montões. Com essas palavras <strong>de</strong>nota-se uma subversão hedionda.<br />

A profanação do templo e a <strong>de</strong>struição da cida<strong>de</strong> santa, envolvendo

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