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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 78 • 243<br />

seus juízos sobre os filisteus, ele <strong>de</strong>u sobeja evidência <strong>de</strong> seu respeito<br />

para com seu pacto, do qual os israelitas po<strong>de</strong>riam ser bem capazes<br />

<strong>de</strong> pensar haver ele esquecido completamente. Ainda que passara, por<br />

assim dizer, para o lado dos filisteus, por algum tempo, não era sua<br />

intenção <strong>de</strong>trair totalmente seu amor dos filhos <strong>de</strong> Abraão, para que a<br />

veracida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas promessas não viesse a ser invalidada.<br />

A figura <strong>de</strong> um homem embriagado po<strong>de</strong>ria parecer algo abrupto;<br />

mas a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu uso surgirá quando consi<strong>de</strong>rarmos que ela<br />

é empregada à guisa <strong>de</strong> acomodação à estupi<strong>de</strong>z do povo. Tivessem<br />

eles cultivado um entendimento puro e claro, 57 Deus não teria assim<br />

se transformado e assumido um caráter estranho ao seu. Quando,<br />

pois, ele se compara a um homem embriagado, era a embriaguez do<br />

povo; ou, seja, sua insensibilida<strong>de</strong> o constrangeu a falar assim; o que<br />

<strong>de</strong>veria constituir-lhes motivo para envergonhar-se ainda mais. Com<br />

respeito a Deus, a metáfora nada <strong>de</strong>rroga <strong>de</strong> sua glória. Se imediatamente<br />

não remediar nossas calamida<strong>de</strong>s, dispomo-nos a pensar que<br />

ele está imerso no mais profundo sono. Como, porém, po<strong>de</strong> Deus, por<br />

assim dizer, se pôr a dormitar, quando é superior em força a todos<br />

os gigantes, e todavia po<strong>de</strong>m facilmente velar por longo tempo e se<br />

sentir satisfeitos com pouco sono? Respondo que, quando ele exerce<br />

a tolerância e não executa prontamente seus juízos, a interpretação<br />

que as pessoas ignorantes fazem para dissimular sua conduta é dizer<br />

que ele tarda <strong>de</strong>ssa maneira como um homem que se sente estupefato<br />

e não sabe como proce<strong>de</strong>r. 58 O profeta, ao contrário, <strong>de</strong>clara que esse<br />

súbito <strong>de</strong>spertar <strong>de</strong> Deus será mais alarmante e terrível do que se ele<br />

tivesse antes levantado sua mão para executar juízo; e que será como<br />

se um gigante, embriagado com vinho, se <strong>de</strong>spertasse subitamente <strong>de</strong><br />

seu sono, quando ainda não tivesse dormido suficientemente. Muitos<br />

restringem a afirmação do versículo 66, concernente a ferir Deus seus<br />

57 “S’il eust eu un enten<strong>de</strong>ment rassist et bien disposé à escouter.” – v.f. “Tivessem eles possuído<br />

um entendimento claro, dispostos a ouvir.”<br />

58 “Les gens stupi<strong>de</strong>s prenent cela comme s’il s’arrestoit ainsi qu’un homme estonné, qui ne<br />

sçait par ou commencer.” – v.f.

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