31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Salmo 78 • 219<br />

seus estômagos pu<strong>de</strong>ssem ficar empanturrados; mas também para<br />

que ela lhes constituísse um <strong>de</strong>sejo ingovernável, que os levasse a<br />

pedir carne, e não uma solicitu<strong>de</strong> por provisão que os mantivesse<br />

vivos. Já foi retro afirmado que o maná lhes foi dado numa gran<strong>de</strong><br />

abundância; aqui, porém, a intenção é expressamente censurar sua<br />

glutonaria, na qual <strong>de</strong>ram manifesta prova <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>senfreado apetite.<br />

Deus promete [Sl 145.19], como um privilégio peculiar aos que<br />

o temem, que “ele satisfará seus <strong>de</strong>sejos”; porém é numa situação<br />

diferente que aqui se diz ter ele atendido aos perversos <strong>de</strong>sejos do<br />

povo, o qual lançara <strong>de</strong> si todo o temor que lhe <strong>de</strong>viam; pois aquilo<br />

que em seu favor e benignida<strong>de</strong> ele teria recusado, agora lhes conce<strong>de</strong><br />

em sua ira. Este é um exemplo bem digno <strong>de</strong> nossa atenção:<br />

que não po<strong>de</strong>mos queixar-nos se nossos <strong>de</strong>sejos são reprovados e<br />

interceptados pela providência secreta <strong>de</strong> Deus quando eles tentam<br />

ir além dos limites. Deus, pois, realmente nos ouve quando, em<br />

vez <strong>de</strong> ce<strong>de</strong>r a nossas tolas inclinações, ele regula sua beneficência<br />

segundo a medida <strong>de</strong> nosso bem-estar; mesmo quando os ímpios<br />

esbanjam mais do que lhes é bom, não se po<strong>de</strong>, propriamente falando,<br />

dizer que ele os ouviu; ao contrário, ele os sobrecarrega com<br />

um fardo mortal que se presta para precipitá-los <strong>de</strong> ponta cabeça<br />

na <strong>de</strong>struição.<br />

O salmista expressa isso ainda mais claramente adicionando imediatamente<br />

a seguir [vv. 30, 31] que este mimo provou ser-lhes fatal,<br />

como se com a carne fossem tragados pela chama da ira divina. Ao<br />

dizer que não ficaram satisfeitos em sua luxúria, isso implica que sua<br />

luxúria continuou inflamada. Se porventura alguém objeta, dizendo<br />

que isso não concorda com a sentença prece<strong>de</strong>nte, on<strong>de</strong> se diz que<br />

“comeram e se fartaram plenamente”, eu respon<strong>de</strong>ria que, como é<br />

bem notório, se as mentes dos homens não se mantêm <strong>de</strong>ntro dos<br />

limites da razão e temperança, elas se tornam insaciáveis; e, portanto,<br />

uma gran<strong>de</strong> abundância não extinguiria o fogo <strong>de</strong> um apetite <strong>de</strong>pravado.<br />

Há quem traduz a sentença: Não ficaram <strong>de</strong>sapontados; e outros:<br />

Nem ainda abominaram sua comida. Esta última tradução realça muito

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!