31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Salmo 78 • 213<br />

18. E tentaram a Deus em seu coração. Esta é a provocação da<br />

qual se faz menção no versículo prece<strong>de</strong>nte. Não que lhes fosse ilícito<br />

pedir comida, quando constrangidos a agir assim movidos pela fome.<br />

Quem po<strong>de</strong> imputar culpa a pessoas quando, movidas pela fome, imploram<br />

a Deus que supra suas necessida<strong>de</strong>s? O pecado que tornou os<br />

israelitas culpados consistiu nisto: que não satisfeitos com o alimento<br />

que lhes fora <strong>de</strong>signado, soltaram as ré<strong>de</strong>as <strong>de</strong> suas luxúrias. Ele,<br />

naquele tempo, começara a alimentá-los com o maná, como veremos<br />

novamente mais adiante. Foi sua repugnância <strong>de</strong>ssa substância que os<br />

impeliu a avidamente <strong>de</strong>sejarem novo alimento, como se <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhassem<br />

da concessão que lhes fora provi<strong>de</strong>nciada pelo Pai celestial. Isso<br />

é o que está implícito quando se diz que pediram carne para sua alma.<br />

20 Não tinham sido reduzidos à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pedir provisão para<br />

sua fome; porém sua luxúria não ficou satisfeita em viver da provisão<br />

que Deus lhes <strong>de</strong>signara. Por essa conta lemos que tentaram a Deus,<br />

ultrapassando, como fizeram, os limites que ele lhes <strong>de</strong>marcara. Qualquer<br />

um que, ao <strong>de</strong>svalorizar e menosprezar a permissão ou licença<br />

que ele conce<strong>de</strong>, dá vazão a sua própria luxúria <strong>de</strong>senfreada e <strong>de</strong>seja<br />

mais do que é lícito, <strong>de</strong> fato está tentando a Deus. Ele age como se o<br />

submetesse a seus próprios caprichos, ou questionasse se ele po<strong>de</strong>ria<br />

fazer mais do que realmente é <strong>de</strong> seu agrado fazer. Deus tem po<strong>de</strong>r<br />

para fazer tudo quanto ele queira; e com certeza a pessoa que tenta<br />

separar o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong> sua vonta<strong>de</strong>, ou retratá-lo como incapaz<br />

<strong>de</strong> fazer o que ele queira, o que o tal faz é simplesmente tentar rasgá-lo<br />

em pedaços. Os que são culpados <strong>de</strong> fazer isso estão tentando fazê-lo<br />

conce<strong>de</strong>r-lhes mais do que lhes <strong>de</strong>u permissão pedir. Portanto, para<br />

que a luxúria da carne não nos incite a tentá-lo, aprendamos a impor<br />

20 A palavra ?pn, nephesh, para alma, tem gran<strong>de</strong> latitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> significação. Às vezes significa<br />

os apetites sensitivos ou animais, como nesta passagem. O povo tinha suas carências supridas<br />

<strong>de</strong> forma muito abundante, e no entanto permaneceram insatisfeitos e impertinentes. É por isso<br />

que se diz que exigiram carne

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!