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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 78 • 205<br />

ser seguida. Ele não está aqui falando <strong>de</strong> todas as pessoas sem distinção,<br />

mas da raça santa e eleita <strong>de</strong> Abraão; tampouco repreen<strong>de</strong> um<br />

pequeno número <strong>de</strong> pessoas, mas quase toda a nação, em cujo seio<br />

prevalecia excessiva obstinação, bem como perverso esquecimento<br />

da graça <strong>de</strong> Deus e pérfida dissimulação. Ele não menciona meramente<br />

os pais <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada época, mas envolve um período que se esten<strong>de</strong><br />

a uma remota antigüida<strong>de</strong>, para que as pessoas não tenham<br />

ocasião <strong>de</strong> justificar a prática <strong>de</strong> pecado, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o tempo em que ele<br />

tem prevalecido. Devemos, pois, fazer uma sábia seleção entre os pais<br />

daqueles a quem <strong>de</strong>vemos imitar. Sendo a remoção da disposição para<br />

esta perversa imitação dos pais uma obra muito difícil <strong>de</strong> se remover,<br />

para quem o sentimento <strong>de</strong> reverência está naturalmente impresso<br />

nas mentes <strong>de</strong> seus sucessores, o profeta emprega uma multiplicida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> termos para realçar a grave perversida<strong>de</strong> dos pais, estigmatizando-os<br />

como culpados <strong>de</strong> apostasia, provocação, traição e hipocrisia.<br />

Essas acusações são pesadíssimas; porém se farão evi<strong>de</strong>ntes à luz das<br />

seqüelas que não po<strong>de</strong>m ser exageradas. A palavra /ykh, hechin, a qual<br />

traduzi por regeu, é por alguns traduzida por estabeleceu; em minha<br />

opinião, porém, o significado é antes este: que o antigo povo <strong>de</strong> Deus<br />

sempre lhe virou as costas em direção a outras veredas. Além disso,<br />

no que se segue, em vez <strong>de</strong> ler cujo espírito não era fiel a Deus, alguns<br />

lêem: cujo espírito não apren<strong>de</strong>u <strong>de</strong> Deus. 9 Mas é melhor seguir a<br />

primeira interpretação, isto é, que não foram fiéis e inabalavelmente<br />

<strong>de</strong>votados a Deus, embora lhe tivessem solenemente jurado fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>.<br />

Os papistas fazem uso <strong>de</strong>sta passagem como um argumento para<br />

provar que o homem tem o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> curvar seu próprio coração e<br />

<strong>de</strong> dirigi-lo ou para o bem ou para o mal, a seu bel-prazer. Mas esta é<br />

uma inferência que não po<strong>de</strong> propiciar exame um momento sequer.<br />

Embora o profeta com razão responsabilize os que não têm regido seu<br />

9 “A versão siríaca traz: ‘E não confiou no Deus <strong>de</strong> seu espírito’, traduzindo hnman [a palavra<br />

que Calvino traduz ‘era fiel’] por um verbo masculino; e este é realmente o sentido que fica muito<br />

bem, e a mudança <strong>de</strong> gênero não é incomum, e Deus é freqüentemente conhecido por este título:<br />

‘o Deus dos espírito <strong>de</strong> toda carne’. Veja-se Número 16.22.” – Hammond.

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