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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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196 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

maravilhosas que ele fez. Ele estabeleceu um testemunho em Jacó e <strong>de</strong>signou<br />

uma lei em Israel; pois ele or<strong>de</strong>nou a nossos pais que os fizessem conhecidos<br />

a seus filhos: Para que a geração vindoura os conhecesse, e para<br />

que os filhos a nascerem se levantassem e os <strong>de</strong>clarassem a seus filhos.<br />

1. Dai ouvidos a minha lei, povo meu! Por todo o Salmo po<strong>de</strong>mos<br />

conjeturar, com boa probabilida<strong>de</strong>, que ele foi escrito muito <strong>de</strong>pois<br />

da morte <strong>de</strong> Davi; pois aí temos celebrado o reino erigido por Deus<br />

na família <strong>de</strong> Davi. Aí também a tribo <strong>de</strong> Efraim, a qual lemos ter sido<br />

rejeitada, é contrastada com e posta em oposição à casa <strong>de</strong> Davi. Disto<br />

é evi<strong>de</strong>nte que as <strong>de</strong>z tribos estavam naquele tempo em estado <strong>de</strong> separação<br />

do restante do povo eleito; porque <strong>de</strong>ve haver alguma razão<br />

pela qual o reino <strong>de</strong> Efraim é estigmatizado com o estigma da <strong>de</strong>sonra<br />

como sendo ilegítimo e bastardo. 2<br />

Quem quer que tenha sido o escritor inspirado <strong>de</strong>ste Salmo, ele<br />

não introduziu Deus falando como alguns imaginam, mas ele mesmo<br />

se dirige aos ju<strong>de</strong>us no caráter <strong>de</strong> mestre. Não há objeção quanto ao<br />

fato <strong>de</strong> ele chamar o povo <strong>de</strong> meu povo e a lei, minha lei; não sendo<br />

algo incomum que os profetas tomavam por empréstimo o nome daquele<br />

por quem eram enviados, para que sua doutrina <strong>de</strong>sfrutasse <strong>de</strong><br />

maior autorida<strong>de</strong>. Aliás, a verda<strong>de</strong> que lhes havia sido confiada po<strong>de</strong>,<br />

com proprieda<strong>de</strong>, ser chamada sua. Assim Paulo, em Romanos 2.16,<br />

se gloria no evangelho como sendo meu evangelho, expressão essa<br />

que não <strong>de</strong>ve ser entendida como significando que ele [o evangelho]<br />

era um sistema que <strong>de</strong>via sua origem a ele [Paulo], mas que ele era<br />

2 Calmet aponta a composição <strong>de</strong>ste Salmo para os dias <strong>de</strong> Asa, o qual, ajudado pelos sírios,<br />

obteve uma magistral vitória sobre os israelitas; e trouxe <strong>de</strong> volta ao culto puro muitos <strong>de</strong>ntre as<br />

tribos <strong>de</strong> Efraim, Manassés e Simeão. Veja-se 2 Crônicas 15 e 16. Schnurrer supõe que o propósito<br />

especial para o qual ele foi composto era a celebração da vitória <strong>de</strong>cisiva que foi efetuada contra<br />

o reino <strong>de</strong> Efraim ou Israel por Abias, rei <strong>de</strong> Judá, durante o reinado <strong>de</strong> Jeroboão. Walford pensa<br />

ser esta opinião bem provável. Diz ele: “Há uma eulogia emitida sobre Davi na conclusão do Salmo,<br />

que faz provável que o autor <strong>de</strong>le <strong>de</strong>sejasse conciliar o favor <strong>de</strong> todo o povo para com os sucessores<br />

<strong>de</strong> Davi, <strong>de</strong> quem Jeroboão havia se revoltado. E no versículo 9 há uma referência a Efraim que<br />

oferece algum grau <strong>de</strong> evidência em abono da hipótese <strong>de</strong> Schnurrer. Seja o que for pensado <strong>de</strong>ssa<br />

hipótese, não po<strong>de</strong>mos hesitar em admitir que o próprio Salmo é claro, pungente e persuasivo, e<br />

<strong>de</strong>ve ter sido sentido assim pelas pessoas para cujo uso ele foi escrito.”

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