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Comentário de Salmos - Vol 3

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 69 • 9<br />

1. Salva-me, ó Deus, pois as águas entraram em minha alma.<br />

Sob a figura <strong>de</strong> águas, o salmista representa sua condição como tão<br />

extremamente angustiante que o levou à beira do <strong>de</strong>sespero; e no<br />

entanto sabemos que, embora fosse ele uma pessoa sensível e débil,<br />

<strong>de</strong>frontava-se e vencia as terríveis tentações com inusitada coragem.<br />

Daí po<strong>de</strong>rmos visualizar a amargura e angústia com que era atingido<br />

naquela ocasião. Há quem enten<strong>de</strong> o termo alma como que <strong>de</strong>notando<br />

vida; 6 mas isso fornece um significado insípido e insatisfatório. Ao<br />

contrário, ele significa o coração. Uma pessoa, quando cai num abismo<br />

<strong>de</strong> águas, po<strong>de</strong> impedir por algum tempo que a água penetre seu corpo,<br />

fechando sua boca e suas narinas; mas, por fim, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser<br />

impossível ao ser humano viver sem respiração, a sufocação o obrigará<br />

a entregar-se às águas, <strong>de</strong>ixando-as penetrar até mesmo em seu<br />

coração. Davi, pelo uso <strong>de</strong>ssa metáfora, informa não só que as águas<br />

o haviam coberto e dominado, mas também que havia sido forçado a<br />

<strong>de</strong>ixá-las invadir seu corpo.<br />

2. Atolei-me em profundo lamaçal, on<strong>de</strong> não há apoio para o<br />

pé. Aqui ele compara suas aflições a um profundo charco, on<strong>de</strong> existe<br />

um perigo ainda pior; pois se uma pessoa firma seus pés num fundo<br />

sólido, ela consegue manter-se <strong>de</strong> pé, havendo casos em que tal<br />

pessoa, firmando seus pés no fundo, <strong>de</strong> repente emerge e escapa do<br />

risco provindo das águas; mas quando outra pessoa, uma vez se veja<br />

submersa em algum charco ou rio lodoso, se sente <strong>de</strong> todo envolta e<br />

sem esperança <strong>de</strong> salvamento. 7 O salmista faz uma alusão a circunstâncias<br />

adicionais como uma ilustração <strong>de</strong> sua aflitiva condição. Ele<br />

<strong>de</strong>clara: Estou entrando em águas profundas, e correntes <strong>de</strong> águas<br />

me encobrem; expressão essa que indica a <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m e confusão que<br />

suas angústias e perseguições produziram.<br />

6 “As águas estão penetrando minha alma; isto é, um dilúvio <strong>de</strong> irresistíveis calamida<strong>de</strong>s ameaça<br />

minha vida: cf. v. 16.” – Cresswell. Williams crê que a alusão é a uma nave vazante ou a uma<br />

inundação.<br />

7 “Comme nous en voyons plusieurs qui donnans du pied au fond, <strong>de</strong> roi<strong>de</strong>ur trouvent façon<br />

d’eschapper le peril <strong>de</strong> l’eau: mais <strong>de</strong>puis qu’on se trouve une fois enfoncéu en quelque bourbier<br />

ou riviere limonnseuse, c’est fait, il n’y a nul moyen <strong>de</strong> se sauver.” – v.f.

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