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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 66 • 607<br />

harmonia com o contexto, e sendo o significado das palavras que Deus<br />

é investido do po<strong>de</strong>r necessário para exercer o governo do mundo. O<br />

que se segue concorda com isso: seus olhos contemplam as nações.<br />

Sob o regime da lei, a Judéia foi a própria se<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu reino; mas sua<br />

providência sempre se esten<strong>de</strong>u ao mundo <strong>de</strong> forma abrangente; e o<br />

especial favor <strong>de</strong>monstrado à posterida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Abraão, em consi<strong>de</strong>ração<br />

do pacto, não o impediu <strong>de</strong> esten<strong>de</strong>r seus olhos <strong>de</strong> provi<strong>de</strong>ncial<br />

consi<strong>de</strong>ração para as nações circunvizinhas. Como evidência <strong>de</strong> seu<br />

cuidado que alcança os diferentes países em redor, ele observa os<br />

juízos que Deus executava sobre os maus e os ímpios. Observa ainda<br />

que nenhuma parte da família humana fora ignorada por Deus, fazendo<br />

referência ao fato do castigo infligido sobre os malfeitores. É possível<br />

que haja muito na divina administração do mundo que nos leve<br />

a perplexas conclusões; mas há sempre alguns sinais <strong>de</strong> seus juízos<br />

que po<strong>de</strong>m ser vistos, e estes são suficientemente claros para abrir os<br />

olhos a um observador crítico e atento.<br />

8. Bendizei, ó povos, ao nosso Deus! Embora convoque a todos,<br />

sem exceção, a que louvassem a Deus, sua referência é particularmente<br />

a certas interferências divinas em favor da Igreja. Tudo indica que<br />

ele aqui está a sugerir que os gentios se <strong>de</strong>stinavam, num período futuro,<br />

a participar do favor agora exclusivamente <strong>de</strong>sfrutado pelo povo<br />

eleito <strong>de</strong> Deus. Entrementes, ele lembra-lhes da magistral e memorável<br />

natureza do livramento concedido, convocando-os a divulgar amplamente<br />

a fama do mesmo. Ainda que fale do povo hebreu como tendo<br />

sido trazido <strong>de</strong> volta à vida (expressão esta tencionada a <strong>de</strong>notar livramento<br />

<strong>de</strong> um tipo mais que ordinário), isto significa que haviam sido<br />

preservados <strong>de</strong> perigo iminente, mais que recuperados <strong>de</strong> uma calamida<strong>de</strong><br />

que realmente lhes suce<strong>de</strong>ra. Diz-se que não se permitiu que<br />

seus pés resvalassem, o que implica que, através <strong>de</strong> oportuno socorro<br />

sobre o mundo; e assim a Caldaica certamente entendia, a qual traduz: ‘que exerce domínio sobre<br />

o mundo’; e assim presumo que a LXX, ao redigir, ‘δεσπόξουτι τοῦ ἀιῶνος’, ‘tendo domínio sobre<br />

o mundo’, teve a idéia.” A Vulgata, neste caso, não seguindo a Septuaginta, traz: “in aeternum”,<br />

“para sempre, eternamente”.

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