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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 65 • 599<br />

nal <strong>de</strong> Deus, em ele con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>r-se a velar pela nossa subsistência<br />

diária. Ele multiplica suas expressões ao falar <strong>de</strong> uma parte da divina<br />

benevolência, da qual muitos têm perversa e impiamente feito pouco<br />

caso. Pareceria como se, por mais perspicácia os homens tenham em<br />

sua observação das causas secundárias na natureza, <strong>de</strong>scansassem<br />

nelas com a máxima <strong>de</strong>terminação, em vez <strong>de</strong>, por elas, ascen<strong>de</strong>rem<br />

a Deus. A filosofia <strong>de</strong>veria guiar-nos para cima, para ele, à medida que<br />

penetra os mistérios das obras divinas; isso, porém, é impedido pela<br />

corrupção e ingratidão <strong>de</strong> nossos corações; e visto que os homens se<br />

ensoberbecem em sua acuida<strong>de</strong>, isso fecha seus olhos para que não<br />

vejam em Deus a origem da chuva no ar e nos elementos, o que se faz<br />

necessário para <strong>de</strong>spertar-nos do torpor da incredulida<strong>de</strong>.<br />

11. Tu coroas o ano com tua bonda<strong>de</strong>. 18 Alguns lêem assim: Tu<br />

coroas o ano <strong>de</strong> tua bonda<strong>de</strong>; como se o salmista quisesse dizer que o<br />

ano fértil tivesse uma glória peculiar associada a si, e era coroado, por<br />

assim dizer, por Deus. Por isso, se havia uma safra ou vindima mais<br />

abundante do que a usual, esta seria a coroa do ano. E <strong>de</strong>ve admitir-se<br />

que Deus não abençoa todos os anos da mesma forma. Não obstante,<br />

não existe sequer um que não seja coroado com alguma medida <strong>de</strong> excelência;<br />

e por essa razão seria melhor reter a tradução mais simples<br />

das palavras, e avaliá-las como significando que a divina benevolência<br />

se evi<strong>de</strong>ncia na recorrência anual da estação. O salmista <strong>de</strong>talha mais<br />

sua intenção, acrescentando: as veredas <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong>stilam gordura –<br />

usando isto como um termo metafórico para as nuvens, nas quais Deus<br />

cavalga, como em carruagens, segundo lemos no Salmo 104.3. 19 A terra<br />

18 Este, dizem alguns, era provavelmente o ano ao qual se seguiram os três anos <strong>de</strong> fome, após<br />

a rebelião <strong>de</strong> Absalão.<br />

19 Há quem imagine que em vez <strong>de</strong> veredas <strong>de</strong>vemos traduzir nuvens; mas a primeira tradução é<br />

mais poética. A palavra original, ‏,מעגלך tuas veredas, se <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> ‏,עגל circundar, circular, aplainar,<br />

visto que veredas se fazem por rodas <strong>de</strong> carro circulando sucessivamente nelas. Por conseguinte,<br />

Horsley a traduz assim: “as rodas <strong>de</strong> tuas carruagens”, e French e Skinner: “os traçados das rodas<br />

<strong>de</strong> tuas carruagens”. Deus é aqui representado como a circular pela terra, e lá das nuvens, as<br />

veredas <strong>de</strong> sua carruagem, por toda parte espalhando bênçãos sobre a humanida<strong>de</strong>. Este é um<br />

exemplo da forte e sublime imagem pela qual a poesia hebraica é tão notavelmente distinguida.<br />

Deus é por toda parte <strong>de</strong>scrito como a cavalgar as nuvens durante uma borrasca <strong>de</strong> chuva ou

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