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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 65 • 587<br />

1. Por ti, ó Deus, espera o louvor em Sião. Literalmente: O louvor<br />

está em silêncio para ti, mas o verbo ‏,דמיה dumiuah, tem sido metaforicamente<br />

traduzido primeiro, estar em repouso; então, esperar. O<br />

significado da expressão consiste em que a bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus para com<br />

seu povo é tal como empreen<strong>de</strong>r constantemente novo motivo <strong>de</strong> louvor.<br />

Ele se difun<strong>de</strong> por todo o mundo, mas se manifesta especialmente<br />

à Igreja. Além disso, os <strong>de</strong>mais que não pertencem à Igreja <strong>de</strong> Deus, por<br />

mais sobejamente os benefícios sejam neles <strong>de</strong>monstrados, não vêem<br />

don<strong>de</strong> eles vêm e cometem excessos no uso das bênçãos que recebem<br />

sem nenhum reconhecimento <strong>de</strong>las. Mas a principal coisa significada,<br />

e que é comunicada pelo salmista, é que se <strong>de</strong>ve ação <strong>de</strong> graças ao<br />

Senhor por sua benevolência <strong>de</strong>monstrada à sua Igreja e ao povo. A<br />

segunda cláusula do versículo contém o mesmo propósito, on<strong>de</strong> diz: a<br />

ti se pagará o voto; pois enquanto o salmista se ocupa, juntamente com<br />

o povo, em prestar o <strong>de</strong>vido reconhecimento, sua linguagem implica<br />

que sempre haveria contínuos e novos motivos <strong>de</strong> louvor.<br />

O versículo que se segue está estreitamente conectado àquele<br />

que até aqui estivemos a consi<strong>de</strong>rar, asseverando que Deus ouve as<br />

orações <strong>de</strong> seu povo. Isso traz a lume a razão por que o voto lhe seria<br />

pago, visto que Deus jamais <strong>de</strong>saponta seus adoradores; ao contrário,<br />

coroa suas orações com uma resposta favorável. Por isso, o que<br />

está <strong>de</strong>clarado por último vem primeiro na or<strong>de</strong>m natural da consi<strong>de</strong>ração.<br />

O título aqui conferido a Deus leva em si uma verda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> importância: que a resposta <strong>de</strong> nossas orações é assegurada<br />

“tu farás expiação por eles”. Ela vem do verbo ‏,כפר kaphar, que significa cobrir, persuadir; e “que<br />

na conjugação pihel adquiriu o significado <strong>de</strong> perdoar (como se fosse cobrir uma ofensa) e praticar<br />

algum ato que se tornasse a causa ou ocasião <strong>de</strong> perdão; e daí, por um processo adicional no fluir<br />

das idéias, compensar, expiar, propiciar e aceitar uma expiação.” Veja-se Dr. Pye Smith sobre The<br />

Sacrifice of Christ, pp. 339, 340. A cobertura da arca chamava-se ‏,כפרת kapporeth (Êx 25.17); em grego,<br />

ἱλαστήριον, isto é, o propiciatório ou se<strong>de</strong> <strong>de</strong> misericórdia; pois sobre ele o sangue <strong>de</strong> expiação,<br />

tipo do sangue <strong>de</strong> Cristo, era aspergido, no gran<strong>de</strong> dia da expiação; e dali Deus revelava sua graça<br />

e vonta<strong>de</strong> a seu antigo povo. O nome, ἱλαστήριον, é, em Romanos 3.25, dado por Paulo a Cristo,<br />

que era a genuína propiciação por nossos pecados (1Jo 2.2). As palavras do salmista, pois, sem<br />

dúvida têm uma referência aos sacrifícios expiatórios sob o regime da lei, e conseqüentemente<br />

Àquele que “nos fins dos tempos se manifestou para tirar o pecado pelo sacrifício <strong>de</strong> si mesmo”.

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