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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 63<br />

Não se po<strong>de</strong> dizer que o presente Salmo consista mais <strong>de</strong> orações<br />

do que <strong>de</strong> uma enorme gama <strong>de</strong> piedosas meditações, as quais confortavam<br />

a mente <strong>de</strong> Davi em meio aos perigos, ansieda<strong>de</strong>s e dificulda<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> extrema gravida<strong>de</strong>. Contém também os votos que ele fez a Deus<br />

ao sentir-se dominado pela angústia ocasionada pelas alarmantes circunstâncias<br />

por que passava.<br />

Salmo <strong>de</strong> Davi, quando se encontrava no <strong>de</strong>serto <strong>de</strong> Judá. 1<br />

[vv. 1-4]<br />

Ó Deus, tu és o meu Deus; <strong>de</strong> madrugada te buscarei; minha alma tem se<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ti, minha carne te tem almejado num 2 <strong>de</strong>serto e numa terra se<strong>de</strong>nta, 3<br />

1 Davi era, amiú<strong>de</strong>, compelido a fugir para <strong>de</strong>sertos remotos, os quais ficavam na tribo <strong>de</strong> Judá, com<br />

o fim <strong>de</strong> escapar da fúria <strong>de</strong> Saul. Ao traçar seus passos, quando ansiosamente fugia <strong>de</strong>sse inexorável<br />

perseguidor, o encontramos na floresta <strong>de</strong> Harete e no <strong>de</strong>serto <strong>de</strong> Zife, Maom e Engedi, todos eles situados<br />

na tribo <strong>de</strong> Judá. Vejam-se 1 Samuel 22.5; 23.14, 24, 25; 24.1; e Josué 15.55, 62. A única objeção que<br />

se po<strong>de</strong> fazer com referência à ocasião da composição <strong>de</strong>ste Salmo, fazendo-a recair na perseguição <strong>de</strong><br />

Davi por Saul, é que, no versículo 11, Davi é chamado <strong>de</strong> rei, quando Saul <strong>de</strong>tinha ainda o cetro sobre<br />

Israel. Mas, como Calvino observa naquele versículo, Davi po<strong>de</strong>ria ter sido <strong>de</strong>nominado com este título<br />

com o fim <strong>de</strong> expressar sua confiante convicção <strong>de</strong> que Deus o ergueria ao trono em cumprimento <strong>de</strong><br />

sua promessa; e seus seguidores po<strong>de</strong>riam chamá-lo rei mesmo durante a vida <strong>de</strong> Saul, ainda que não<br />

fosse reconhecido como soberano por alguma tribo mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> haver Saul caído em Gilboa.<br />

Supõe-se, contudo, que o Salmo foi escrito durante a rebelião <strong>de</strong> seu filho Absalão, quando se viu inapelavelmente<br />

obrigado a abandonar Jerusalém e a escapar para o <strong>de</strong>serto (2Sm 15.23; 16.2; e 17.29).<br />

‏,כארף ke-erets, como uma terra, em vez <strong>de</strong> ‏,כארף 2 A versão Siríaca e vários MSS têm a expressão<br />

be-erets, numa terra, como no texto paralelo do Salmo 143.6. As duas letras, ‏,כ caph, e ‏,ב beth, po<strong>de</strong>m<br />

ser facilmente trocadas uma pela outra, diferindo menos que as letras romanas C e G.<br />

3 A palavra hebraica, ‏,עיף ayeph, aqui traduzida por se<strong>de</strong>nta, é literalmente cansada; “que é”, diz<br />

Horsley, “uma terra que gera exaustão pela aspereza dos caminhos, pelas escarpas dos montes<br />

e pela ausência <strong>de</strong> todo gênero <strong>de</strong> acomodações.” Ele faz a seguinte tradução: “seca e inóspita.”

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