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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 33 • 53<br />

5. Ele ama a justiça e o juízo. Esta é uma confirmação do versículo<br />

prece<strong>de</strong>nte, e notifica que Deus, por sua própria natureza, ama a justiça<br />

e a eqüida<strong>de</strong>. Segue-se, pois, que os impulsos renitentes não po<strong>de</strong>m<br />

pressioná-lo, segundo o costume dos homens, a agir mal. À primeira vista,<br />

realmente isto parece apenas uma recomendação corriqueira <strong>de</strong> Deus<br />

e <strong>de</strong> pouca importância, visto que todos confessam que ele observa a<br />

mais perfeita regra <strong>de</strong> justiça em todas as suas obras. Por que, pois, diria<br />

alguém, fala ele <strong>de</strong> um cântico novo, como se o mesmo fosse composto<br />

<strong>de</strong> matéria incomum? Em primeiro lugar respon<strong>de</strong>mos que, visto ser por<br />

<strong>de</strong>mais óbvio quão perversamente uma gran<strong>de</strong> parte do mundo fecha<br />

seus olhos para a justiça <strong>de</strong> Deus, enquanto ou displicentemente ignoram<br />

as inumeráveis provas <strong>de</strong> sua providência ou imaginam que elas suce<strong>de</strong>m<br />

por acaso. Mas há ainda um erro pior que este, ou seja, que se nossos<br />

<strong>de</strong>sejos não são satisfeitos, imediatamente murmuramos contra a justiça<br />

<strong>de</strong> Deus; e ainda que a máxima, “Deus faz todas as coisas com justiça”, esteja<br />

nos lábios <strong>de</strong> todos os homens, não obstante raramente um em cem<br />

firmemente o crê em seu coração, do contrário, tão logo esta verda<strong>de</strong> é<br />

pronunciada, “assim é do agrado <strong>de</strong> Deus”, cada pessoa obedientemente<br />

se submeteria à vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus. Ora, visto que os homens na adversida<strong>de</strong>,<br />

com a máxima dificulda<strong>de</strong>, são levados a este ponto – reconhecer<br />

que Deus é justo e como, na prosperida<strong>de</strong>, logo se esmorecem do reconhecimento<br />

<strong>de</strong>sta verda<strong>de</strong>, não admira que o profeta, a fim <strong>de</strong> persuadir<br />

os homens <strong>de</strong> que Deus é um governante justo, afirma que ama a justiça.<br />

Portanto, quem quer que abrace totalmente esta doutrina, que o mesmo<br />

saiba que ela é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> proveito.<br />

Outros explicam isto no sentido em que Deus ama a justiça nos homens.<br />

Isto, na verda<strong>de</strong>, é verda<strong>de</strong>iro; mas está longe do sentido do texto,<br />

porque o <strong>de</strong>sígnio do Espírito Santo, aqui, é manter a glória <strong>de</strong> Deus em<br />

oposição à peçonha da impieda<strong>de</strong>, a qual se acha profundamente sediada<br />

em muitos corações. Na segunda cláusula do versículo, o salmista<br />

enaltece outra parte da excelência <strong>de</strong> Deus, a saber, que a terra está cheia<br />

<strong>de</strong> sua bonda<strong>de</strong>. A justiça <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong>ve com razão incitar-nos a louvá-lo,<br />

sua bonda<strong>de</strong>, porém, é um motivo ainda mais po<strong>de</strong>roso; porque, quanto

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