31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Salmo 58 • 509<br />

[vv. 10-11]<br />

O justo se alegrará quando vir 13 a vingança; ele lavará suas mãos no sangue<br />

do perverso. 14 E um homem dirá: Deveras há uma recompensa (literalmente,<br />

fruto 15 ] para o justo; <strong>de</strong>veras há um Deus que julga na terra.<br />

10. O justo se alegrará quando vir a vingança. Po<strong>de</strong> parecer, à primeira<br />

vista, que o sentimento aqui atribuído aos justos está longe <strong>de</strong><br />

ser consistente com a misericórdia que os <strong>de</strong>ve caracterizar. Devemos<br />

lembrar, porém, como já observei em outro passo, que o sentimento<br />

que Davi preten<strong>de</strong> imputar-lhes é <strong>de</strong> um gênero puro e bem equilibrado;<br />

e nesse caso não há qualquer absurdo em presumir que os crentes,<br />

sob a influência e diretriz do Espírito Santo, <strong>de</strong>vam regozijar-se em<br />

ser testemunhas da execução dos juízos divinos. Aquela cruel satisfação<br />

que tantos sentem quando vêem seus inimigos <strong>de</strong>struídos é o<br />

resultado das profanas paixões do ódio, da ira, ou da impaciência, nos<br />

induzindo a um <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> vingança. Enquanto se permitir<br />

que a corrupção opere <strong>de</strong>ssa maneira, não po<strong>de</strong> haver qualquer<br />

direito ou exercício aceitável. Por outro lado, quando alguém é levado<br />

por um santo zelo a simpatizar com a retidão daquela vingança<br />

que Deus po<strong>de</strong>ria ter infligido, sua alegria será tão pura em <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a<br />

retribuição do perverso, quanto seu <strong>de</strong>sejo por sua conversão e salvação<br />

era forte e sincero. Deus não é <strong>de</strong>stituído <strong>de</strong> sua misericórdia em<br />

manifestar, em ocasiões próprias, a severida<strong>de</strong> do Juiz, ao tentar <strong>de</strong><br />

todas as formas, porém em vão, em trazer o pecador ao arrependimento,<br />

tampouco po<strong>de</strong> o exercício <strong>de</strong> tal severida<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado uma<br />

impugnação <strong>de</strong> sua clemência; e, <strong>de</strong> uma forma semelhante, o justo<br />

<strong>de</strong>ve anelar ar<strong>de</strong>ntemente pela conversão <strong>de</strong> seus inimigos, bem como<br />

<strong>de</strong>monstrar muita paciência ante a injúria, com vistas a convocá-los<br />

para o caminho da salvação. Quando, porém, a voluntária obstinação<br />

os conduz por fim à hora da retribuição, é muitíssimo natural que<br />

13 “Ou, pource qu’il aura veu. “ – n.m.f. “Ou, porque ele vê.”<br />

14 “A similitu<strong>de</strong> é tomada da fúria das batalhas, nas quais a efusão <strong>de</strong> sangue é tão gran<strong>de</strong> que<br />

molha os pés dos vitoriosos no conflito.” – Walford.<br />

15 A recompensa é o fruto <strong>de</strong> obediência (Is 53.10).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!