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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 32 • 45<br />

tal doutrina nesta passagem é tão grotescamente absurdo que nem<br />

merece refutação. Nela <strong>de</strong>vemos ver, contudo, ou quão impiamente<br />

corromperam toda a Escritura ou com que grosseira ignorância andam<br />

às cegas nas questões mais simples.<br />

No transbordar <strong>de</strong> muitas águas. Esta expressão concorda<br />

com a da profecia <strong>de</strong> Joel: “E há <strong>de</strong> ser que todo aquele que invocar<br />

o nome do Senhor será salvo” [Jl 2.32]. O significado é que,<br />

embora os profundos vagalhões da morte nos cerquem <strong>de</strong> todos os<br />

lados, não <strong>de</strong>vemos temer que nos traguem; ao contrário, cremos<br />

que estaremos a salvo e ilesos, se tão-somente nos valermos da<br />

misericórdia <strong>de</strong> Deus. Somos assim enfaticamente instruídos que<br />

os piedosos terão a salvação garantida mesmo na morte, contanto<br />

que recorram ao santuário da graça divina. Sob o termo, transbordar<br />

[dilúvio], estão inclusos todos aqueles perigos dos quais parece<br />

não haver nenhuma probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escape.<br />

Finalmente o salmista se entrega às ações <strong>de</strong> graças, e embora<br />

use apenas umas poucas palavras para celebrar o divino favor,<br />

há, não obstante, muita força em sua brevida<strong>de</strong>. Em primeiro lugar,<br />

ele nega que haja algum outro porto seguro além <strong>de</strong> Deus. Em<br />

segundo lugar, ele se assegura <strong>de</strong> que Deus será seu fiel guarda<br />

aqui e além; pois propositadamente retenho o futuro do verbo,<br />

ainda que alguns, sem razão plausível, o traduza no pretérito.<br />

Entretanto, ele não <strong>de</strong>ve ser entendido como se ele se concebesse<br />

salvo das tribulações futuras, senão que põe a Deus como<br />

seu protetor das muitas águas. Por fim, qualquer adversida<strong>de</strong><br />

que porventura lhe sobrevenha, ele está persuadido <strong>de</strong> que Deus<br />

será seu libertador. Pela expressão, me cercarás, ele aponta para<br />

os multiformes e variados tipos <strong>de</strong> livramento; como se quisesse<br />

dizer que ele estaria obrigado a Deus <strong>de</strong> inumeráveis formas, e<br />

que ele, <strong>de</strong> todos os lados, ele teria infinito motivo para louvá-<br />

-lo. Po<strong>de</strong>mos observar no ínterim como ele oferece seu preito <strong>de</strong><br />

gratidão a Deus, segundo seu método usual, pondo cânticos <strong>de</strong><br />

livramento em lugar <strong>de</strong> socorro.

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