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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 51 • 429<br />

<strong>de</strong>mandava uma coragem heróica para a execução <strong>de</strong> seu ofício. Mas<br />

tudo indica que o melhor é adotarmos um significado mais extenso e<br />

supor Davi, sob uma dolorosa consciência da servidão a que se reduzira<br />

pelo senso <strong>de</strong> culpa, ora por um espírito 12 voluntário e jovial. Esta<br />

inestimável posse, o sabia muito bem, só podia ser recobrada através<br />

da graça divina.<br />

[vv. 13-15]<br />

Ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores se converterão<br />

a ti. Livra-me dos sangues, ó Deus, Deus <strong>de</strong> minha salvação, e minha<br />

língua cantará bem alto e com júbilo a tua justiça. Ó Senhor! abre meus<br />

lábios, e minha boca anunciará os teus louvores.<br />

13. Ensinarei aos transgressores os teus caminhos. Aqui ele<br />

fala da gratidão que sentiria caso Deus respon<strong>de</strong>sse sua oração, e se<br />

compromete a <strong>de</strong>mostrá-la em seu esforço em efetuar a conversão <strong>de</strong><br />

outros através <strong>de</strong> seu exemplo. Os que têm sido misericordiosamente<br />

restaurados <strong>de</strong> suas quedas se sentirão inflamados pela lei comum<br />

da carida<strong>de</strong> para esten<strong>de</strong>rem uma mão benfazeja a seus irmãos; e,<br />

em geral, tais como os que são participantes da graça <strong>de</strong> Deus são<br />

12 Há comentaristas que referem à cláusula, sobre a qual Calvino está aqui a comentar, ao Espírito<br />

Santo, e outros às qualida<strong>de</strong>s mentais com que Davi <strong>de</strong>sejava ser investido. Os tradutores<br />

<strong>de</strong> nossas Bíblias enten<strong>de</strong>m a expressão no primeiro sentido, lendo: “teu gracioso Espírito”. O<br />

pronome teu é um suplemento, mas não parece dar ocasião a alguma objeção <strong>de</strong> peso. Fry, que<br />

adota o mesmo ponto <strong>de</strong> vista, traduz: “copioso ou espontâneo fluir do Espírito”; e observa que a<br />

palavra ‏,נדיבה nedibah, “é ainda mais que espontaneamente transbordante; significa fluir espontânea<br />

e abundantemente; ‘prae uberitate succi sponte fluens.’ Este tema do Espírito habitante será<br />

melhor explicado pelas próprias palavras <strong>de</strong> nosso Senhor em João 4.14 e 7.38.” Outros referem<br />

a expressão à mente do salmista. Mudge traduz: “E que a plena efusão do espírito me sustente.”<br />

Dimock: “Que um espírito voluntário me sustente”; “isto é”, diz ele, “que eu não seja escravizado,<br />

como tenho sido por minhas paixões pecaminosas.” Green: “E sustenta-me com um espírito jovial.”<br />

French e Skinner: “e que me sustente um espírito voluntário”; pelo quê entendo: “um espírito<br />

<strong>de</strong>votado ao serviço <strong>de</strong> Deus.” Walford, seguindo a Septuaginta, traduz: “E sustenta-me com um<br />

espírito principesco.” “Davi”, diz este crítico, “se achava tão submerso pela consciência <strong>de</strong> sua<br />

extrema iniqüida<strong>de</strong>, tão quebrantado <strong>de</strong> espírito, <strong>de</strong> coragem e <strong>de</strong> fortaleza, que se sentia completamente<br />

incapaz <strong>de</strong> exercer seu ofício como rei <strong>de</strong> Israel. Ele, pois, dirige esta petição a Deus,<br />

na esperança <strong>de</strong> que lhe conce<strong>de</strong>sse a renovação daquela po<strong>de</strong>rosa energia pela qual havia antes<br />

sido capacitado para um empreendimento tão ina<strong>de</strong>quado à sua humil<strong>de</strong> origem e seu empreendimento<br />

como pastor.”

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