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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 51 • 427<br />

reconhece que somos totalmente <strong>de</strong>vedores à graça <strong>de</strong> Deus, tanto<br />

por nossa primeira regeneração quanto, no ato <strong>de</strong> nossa queda, pela<br />

subseqüente restauração. Ele não assevera simplesmente que seu coração<br />

e espírito eram débeis, <strong>de</strong>mandando a assistência divina, mas<br />

que permaneceriam <strong>de</strong>stituídos <strong>de</strong> toda pureza e retidão até que estas<br />

fossem comunicadas do alto. Com isso se evi<strong>de</strong>ncia que nossa natureza<br />

é inteiramente corrupta; pois possuísse a mesma alguma retidão ou<br />

pureza, Davi não teria, como o fez neste versículo, chamado a um, um<br />

dom do Espírito, e ao outro, uma criação.<br />

No versículo que se segue, ele apresenta a mesma petição, em<br />

linguagem que implica a conexão <strong>de</strong> perdão com o <strong>de</strong>sfruto da orientação<br />

do Espírito Santo. Se Deus nos reconcilia consigo gratuitamente,<br />

segue-se que ele nos guiará pelo Espírito <strong>de</strong> adoção. Somente na forma<br />

como ele nos ama e nos consi<strong>de</strong>rou no número <strong>de</strong> seus próprios<br />

filhos é que po<strong>de</strong> nos abençoar com a participação <strong>de</strong> seu Espírito; e<br />

Davi mostra que estava consciente <strong>de</strong>sse fato quando ora pela continuação<br />

da graça da adoção como indispensável à posse contínua<br />

do Espírito. As palavras <strong>de</strong>ste versículo implicam que o Espírito não<br />

havia se retirado <strong>de</strong>le completamente, por mais que seus dons houvessem<br />

sido temporariamente obscurecido. Aliás, é evi<strong>de</strong>nte que ele<br />

não seria totalmente privado suas excelências anteriores, pois parece<br />

que havia cumprido seus <strong>de</strong>veres como um rei que <strong>de</strong>sfrutava<br />

<strong>de</strong> crédito, que havia observado conscientemente as or<strong>de</strong>nanças da<br />

religião e <strong>de</strong> haver regulado sua conduta conforme a divina lei. Até<br />

certo ponto, ele caíra em profunda e terrível letargia, mas não “se<br />

entregou a uma mentalida<strong>de</strong> réproba”; e é dificilmente concebível que<br />

a repreensão <strong>de</strong> Natã, o profeta, tivesse operado tão fácil e subitamente<br />

seu <strong>de</strong>spertamento, não estivesse nos recessos <strong>de</strong> sua alma<br />

alguma fagulha latente <strong>de</strong> pieda<strong>de</strong>. É verda<strong>de</strong> que ele ora para que seu<br />

espírito fosse renovado, mas isso não <strong>de</strong>ve ser entendido com limitação.<br />

A verda<strong>de</strong> sobre a qual ora estamos insistindo é tão importante<br />

que muitos eruditos têm inconsistentemente <strong>de</strong>fendido a opinião<br />

<strong>de</strong> que os eleitos, ao caírem em pecado mortal, per<strong>de</strong>m o Espírito

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