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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 51 • 409<br />

Quando Natã, o profeta, foi a ele. Faz-se expressa menção do profeta<br />

indo a Davi antes que o Salmo fosse escrito, provando, como faz, a<br />

profunda letargia em que ele teria caído. Foi uma maravilhosa circunstância<br />

em que tão gran<strong>de</strong> homem, e tão eminentemente dotado com<br />

o Espírito Santo, teria prosseguido neste perigoso estado por mais <strong>de</strong><br />

um ano. Nada, senão a influência satânica, po<strong>de</strong> esclarecer tal estupor<br />

<strong>de</strong> consciência o qual po<strong>de</strong>ria levá-lo a <strong>de</strong>sprezar ou a amenizar o juízo<br />

divino em que incorrera. Tal fato serve adicionalmente para caracterizar<br />

a inativida<strong>de</strong> em que caíra, <strong>de</strong> tal forma que não parecia sentir<br />

qualquer compunção por seu pecado até que a chegada do profeta.<br />

Temos aqui uma notável ilustração, ao mesmo tempo, da misericórdia<br />

divina, enviando Deus o profeta a regenerá-lo enquanto andava errante.<br />

Por esse prisma, há uma antítese na repetição da forma verbal, foi.<br />

Foi quando Davi procurou Batseba que Natã foi a ele. Mediante esse<br />

passo pecaminoso, ele se pôs em certa distância <strong>de</strong> Deus; e a bonda<br />

divina se exibiu notavelmente ao contemplar sua restauração. Não cremos<br />

que Davi, durante este intervalo, vivesse completamente privado<br />

do senso <strong>de</strong> religião ao ponto <strong>de</strong> não reconhecer a supremacia do Ser<br />

Divino. Com toda probabilida<strong>de</strong>, ele continuou a orar diariamente,<br />

manteve-se engajado nos atos <strong>de</strong> culto divino e almejava conformar<br />

sua vida à lei <strong>de</strong> Deus. Não há razão para crer-se que a graça fosse<br />

totalmente extinta em seu coração; mas apenas que foi possuído <strong>de</strong><br />

um espírito <strong>de</strong> enfatuação num ponto específico, e que laborava sob<br />

uma fatal insensibilida<strong>de</strong> ao ponto <strong>de</strong> expor-se, naquele ínterim, à ira<br />

divina. A graça, por mais centelhas pu<strong>de</strong>sse lançar em outras direções,<br />

foi esmaecida, por assim dizer, nesta. Bem que po<strong>de</strong>mos estremecer<br />

ao contemplarmos o fato <strong>de</strong> que um profeta tão santo e tão excelente<br />

rei, tivesse afundado em tal condição! Que o senso <strong>de</strong> religião não se<br />

esvaíra totalmente <strong>de</strong> sua mente, prova-se pela maneira como foi afetado<br />

imediatamente ao receber a reprovação do profeta. Não fosse esse<br />

o caso, e ele não teria clamado como o fez: “Pequei contra o Senhor”<br />

[2Sm 12.13]; nem teria tão prontamente se submetido, no espírito <strong>de</strong><br />

mansidão, à admoestação e correção. Neste aspecto, ele se põe como

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