31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Salmo 50 • 395<br />

versículos seguintes, on<strong>de</strong> ele chama a atenção para suas próprias possessões<br />

ilimitadas, que ele po<strong>de</strong> mostrar sua absoluta in<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong><br />

oferendas humanas. Então indica a ampla distinção entre ele e o homem,<br />

sendo este <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> uma frugal subsistência <strong>de</strong> comida e bebida,<br />

enquanto que Deus é o auto-existente e comunica vida a todos igualmente.<br />

Não po<strong>de</strong> haver nenhuma novida<strong>de</strong> nas verda<strong>de</strong>s aqui expostas pelo<br />

salmista; consi<strong>de</strong>rando, porém, a forte propensão que temos por natureza<br />

<strong>de</strong> formular a estima que Deus tem por nós e em <strong>de</strong>generar num culto<br />

carnal, elas comunicam uma lição <strong>de</strong> forma alguma <strong>de</strong>snecessária, e a<br />

qual contém profunda sabedoria, ou seja, que o homem jamais po<strong>de</strong>rá<br />

trazer algum benefício a Deus por qualquer um <strong>de</strong> seus serviços, como<br />

já vimos no Salmo 16.2: “minha bonda<strong>de</strong> não chega à tua presença.” Em<br />

segundo lugar, Deus diz que não requer coisa alguma para seu próprio<br />

uso, senão que, visto ser suficiente em sua própria perfeição, ele tem procurado<br />

o bem-estar do homem em tudo o que ele tem <strong>de</strong>sfrutado. Temos<br />

uma passagem em Isaías que produz um efeito semelhante: “Assim diz o<br />

Senhor: O céu é o meu trono, e a terra o escabelo <strong>de</strong> meus pés; que casa<br />

me edificareis vós? E qual seria o lugar do meu <strong>de</strong>scanso? Porque minha<br />

mão fez todas estas coisas” [Is 66.1, 2). Nesses termos, Deus assevera sua<br />

absoluta in<strong>de</strong>pendência; pois enquanto que o mundo teve início, ele mesmo<br />

eternamente existiu. À luz <strong>de</strong>ste fato, segue-se que, visto que subsistia<br />

quando nada havia que pu<strong>de</strong>sse contribuir para sua plenitu<strong>de</strong>, então ele<br />

possui em si mesmo uma gloriosa auto-suficiência.<br />

[vv. 14-15]<br />

Oferece a Deus sacrifício <strong>de</strong> louvor, 11 e paga ao Altíssimo teus votos. 12 E<br />

invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás.<br />

11 Dr. Adam Clarke traduz assim: “Oferece a Deus a oferta <strong>de</strong> ação <strong>de</strong> graça”; e observa que ‏,תודה“‏ todah,<br />

oferta <strong>de</strong> ação <strong>de</strong> graça, era o mesmo que oferta pelo pecado, ou seja, ‘um boi ou um carneiro sem<br />

<strong>de</strong>feito’; apenas havia em adição “bolos ázimos amassados com azeite; e coscorões ázimos amassados<br />

com azeite; e os bolos amassados com azeite serão fritos, <strong>de</strong> flor <strong>de</strong> farinha” (Lv 7.12).<br />

12 O mesmo autor traduz ‏,נדריך nedareyca, “tuas ofertas votivas. O nedar, ou oferta votiva, era<br />

um macho sem <strong>de</strong>feito tomado <strong>de</strong>ntre os bois, os carneiros ou os cabritos. Comp. Levítico 22.19<br />

com o versículo 22.”

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!