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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 50 • 393<br />

Deus os lembra <strong>de</strong> seu pacto e solenemente cobra <strong>de</strong>les, como seu<br />

povo escolhido, o que era <strong>de</strong>vido segundo os termos <strong>de</strong>le. Proclama-<br />

-se como o Deus <strong>de</strong> Israel, para trazer-lhes à lembrança a obediência<br />

e sujeição, e a reiteração <strong>de</strong> seu nome é enfática; como se quisesse<br />

dizer: Quando me submeteis a vossas invenções, quão longe está tal<br />

audácia daquela honra e reverência que me pertencem! Eu sou Deus,<br />

e portanto minha majesta<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve reprimir a presunção e fazer toda<br />

carne calar-se enquanto falo; e entre vós, a quem me fiz conhecido<br />

como vosso Deus, tenho ainda mais fortes reivindicações em favor <strong>de</strong><br />

minha homenagem.<br />

8. Não te reprovarei por teus sacrifícios etc. Deus agora proce<strong>de</strong> a<br />

expressar a acusação que formulara contra eles. Declara que não atribuía<br />

valor algum a quaisquer sacrifícios em si mesmos consi<strong>de</strong>rados. Não que<br />

asseverasse que este rito dos ju<strong>de</strong>us fossem fúteis e inúteis, pois nesse<br />

caso jamais teria sido instituído por Deus; mas existe esta diferença entre<br />

os exercícios religiosos e os <strong>de</strong>mais, os quais só po<strong>de</strong>m contar com a<br />

aprovação <strong>de</strong> Deus quando realizados em seu genuíno espírito e significado.<br />

Sob qualquer outra suposição, eles são merecidamente rejeitados.<br />

Semelhante linguagem encontraremos empregada repetidamente pelos<br />

profetas, como já observei em outros passos, particularmente em conexão<br />

com o Salmo 40. Uma vez que as meras cerimônias externas não<br />

possuíam, portanto, valor algum, Deus repudia a idéia <strong>de</strong> que ele sempre<br />

insistiu sobre elas como algo primordial na religião, ou que as tivesse <strong>de</strong>signado<br />

para que fossem consi<strong>de</strong>radas sob qualquer outra luz além <strong>de</strong><br />

instrumentos para o culto espiritual. Assim em Jeremias 7.22, ele nega<br />

que tivesse emitido algum mandamento com respeito aos sacrifícios; e o<br />

profeta Miquéias diz: “Agradar-se-á o Senhor <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> carneiros, ou<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>z mil ribeiros <strong>de</strong> azeite? ... Ele te <strong>de</strong>clarou, ó homem, o que é bom;<br />

e o que o Senhor pe<strong>de</strong> <strong>de</strong> ti, senão que pratiques a justiça, ames a misericórdia<br />

e an<strong>de</strong>s humil<strong>de</strong>mente com o teu Deus?” [Mq 6.7, 8]. Diz ele em<br />

outro lugar: “Misericórdia quero, e não sacrifício” [Os 6.6]. Esta doutrina é<br />

a mesma por toda na boca dos profetas. Po<strong>de</strong>ria referir-me especialmente<br />

às profecias <strong>de</strong> Isaías [1.12; 58.1, 2; 66.3]. Os sacrifícios dos ímpios são não

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