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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 49 • 369<br />

dito obscuro, e que, ao contrário, tem tratado <strong>de</strong> um tema popular num<br />

estilo <strong>de</strong> linguagem por <strong>de</strong>mais claro. Mas se se consi<strong>de</strong>rar que Davi,<br />

aqui, con<strong>de</strong>na, como por voz emitida do legítimo trono <strong>de</strong> Deus, a estupi<strong>de</strong>z<br />

dos que se esquecem que são seres humanos, tais não haverão<br />

<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar a expressão inaplicável. Além disso, temos visto que ele<br />

publicou seu dito obscuro, sendo a divina vonta<strong>de</strong> que a instrução seria<br />

ministrada numa forma adaptada à mais tacanha capacida<strong>de</strong>.<br />

[vv. 10-12]<br />

Pois ele verá que os sábios morrem, e juntamente perece o tolo e o brutal,<br />

e sua riqueza será <strong>de</strong>ixada a estranhos. Seu pensamento secreto é [que]<br />

suas casas [serão] para sempre, 13 e suas habitações <strong>de</strong> geração em geração;<br />

dão às suas terras seu próprio nome. E o homem não permanecerá em<br />

honra; ele tem se convertido em feras; eles perecem.<br />

10. Pois verá que os sábios morrem. Consi<strong>de</strong>ro os versículos<br />

nono e décimo conectados entre si, e que a intenção do salmista é censurar<br />

a estupi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> quem sonha em passar a eternida<strong>de</strong> neste mundo,<br />

e se empenham exaustivamente a estabelecer nela uma morada permanente,<br />

embora não façam outra coisa senão ver as criaturas suas iguais<br />

expirando diariamente diante <strong>de</strong> seus olhos golpeadas pela morte. Provém<br />

<strong>de</strong> um provérbio popular que a experiência ensina os néscios, e os<br />

que não levam a sério sua mortalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados algo<br />

ainda pior, uma vez que se vêem cercados por infindas e convincentes<br />

ilustrações <strong>de</strong>la(?). Esta parece obviamente ser a conexão. Esses<br />

enfatuados inimigos <strong>de</strong> Deus, como se o salmista quisesse dizer, não<br />

po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> perceber que a morte é a sorte universal do gênero<br />

humano, que os sábios igualmente estão à mercê <strong>de</strong>la com os insensatos;<br />

e no entanto persistem na imaginação <strong>de</strong> que permanecerão aqui<br />

para sempre, e vivem como se nunca fossem partir <strong>de</strong>ste mundo! Vêem<br />

o que suce<strong>de</strong> aos outros, ou seja, que todos, sem exceção ou discrimi-<br />

13 “C’est, ils ne pensent à autre chose si non comment ils pourront faire durer leur maisons.” –<br />

n.m.f. “Isto é, não pensam em nada mais senão em como po<strong>de</strong>rão fazer para que suas casas durem<br />

para sempre.”

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